segunda-feira, dezembro 20, 2021

Líder de protestos estudantis é novo presidente do Chile. A esquerda venceu

Boric venceu o ultradireitista José Antonio Kast, determinando uma derrota também para o legado de Pinochet

O esquerdista Gabriel Boric, líder dos protestos estudantis de 2011, foi eleito presidente do Chile neste domingo (19) ao derrotar o ultradireitista José Antonio Kast. Ao reunir o apoio de 4,6 milhões de eleitores (55,8% contra 44,1%), o nome da Frente Ampla se torna o candidato mais votado da história chilena.

Aos 35 anos, Boric será, ainda, o mais jovem presidente da história do país e vai suceder o direitista Sebastián Piñera, que termina em março de 2022 seu segundo mandato. O pleito também teve 55% de participação, índice superior ao do primeiro turno (47%) e do plebiscito para a Constituinte (42,5%)

Pouco mais de uma hora depois do fechamento das urnas já havia um grupo grande na praça Dignidade, palco de manifestações desde 2019, com gritos de "Boric presidente", "liberdade aos presos políticos", "viva a democracia", além de bandeiras referentes à diversidade sexual e aos indígenas mapuche.

O esquerdista governará com um Congresso dividido, sem maioria clara, com o qual será necessário realizar acordos para viabilizar projetos como as reformas da Previdência e do sistema tributário.

Boric será também o presidente que comandará o país durante o plebiscito pela aprovação ou rejeição da nova Constituição, hoje redigida pela Assembleia Constitucional democraticamente eleita. Caso a nova Carta seja aprovada, também caberá ao novo líder comandar a implementação do documento.

Numa eleição em que os partidos tradicionais foram rejeitados nas urnas, o esquerdista leva ao poder uma nova geração de políticos que surgiram com as revoltas estudantis de 2011. Para conseguir o apoio necessário para a vitória, porém, Boric buscou moderar seu discurso, considerado radical por muitos setores, e se reconciliou com a Concertação, aliança de centro-esquerda que governou o Chile por 20 anos. Nas últimas semanas, obteve o apoio dos ex-presidentes Ricardo Lagos e Michelle Bachelet.

Fonte: Folhapress

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