terça-feira, novembro 30, 2021

Derrama de títulos honoríficos no final do ano. Tem título pra todo mundo

Teve de tudo. Vereador fazendo esforço para apoiar honraria para seu pai, vereador homenageando vereador e vereador que homenageia investigado.

Sabe o ‘Samba do Crioulo Doido’, ou o ‘Festival de Besteiras que Assola o País’, de Stanislau Ponte Preta’? Pois é, foi mais ou menos isso o que aconteceu.

A discussão começou com o vereador Ronny Freitas pedindo para o secretário ler suas ponderações justificando seu pedido de concessão de Título de Cidadão Itaitubense para seu pai.

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, que é presidida pelo vereador João de Barros, que é advogado, e tem o vereador Peninha como relator, deu parecer contrário. Peninha, que não é bobo nem nada, e entende que isso é irregular, não apresentou parecer algum.

A assessoria jurídica da Câmara foi consultada, e ratificou a posição contrária da comissão.

João de Barros explicou as razões de ter assinado o parecer contra, afirmando que estava apenas cumprindo o regimento interno da casa, mas, outros já havia manifestado que, se o presidente colocasse em votação, votariam a favor.

O certo, mesmo, seria o presidente Dirceu Biolchi tomar a decisão de não colocar a matéria em votação, mesmo que pedisse que ela fosse novamente analisada, pois tem poder de sobra para isso. Todavia, conforme já ocorreu em situações semelhantes, jogou a decisão para o plenário, que aprovou a concessão do título.

Na hora da votação, o vereador Conrado e a vereadora Antônia Borroló votaram contra.

Como o vereador Wescley Tomaz havia apresentado uma proposição de título de Cidadão Itaitubense para o vereador Felipe Marques, disse que votaria a favor do pedido de Ronny, mas, que ressuscitaria sua proposta de homenagem ao colega. E assim foi feito.

João de Barros havia apresentado, anteriormente, uma proposta de concessão de título idêntico para seu pai, Janjão, tendo retirado a mesma quando entendeu que não poderia fazer a homenagem, mas, na hora da votação não se levantou para se manifestar claramente contra, o que configurou como voto a favor. Talvez, um pequeno descuido, pois sua posição contra ficou mais do que entendida.

Uma proposta de título que passou sem nenhuma discussão foi apresentada pelo vereador Felipe Marques.

Trata-se de um título para o senhor Antônio Araújo, presidente da COOPOURO, cujo nome está incluído entre os investigados na operação ‘Narcos Gold’.

Todo cidadão é inocente perante a lei, até prova em contrário, mas, a Câmara já deveria estar ressabiada por episódios anteriores, como o título concedido a Albenor Moura, falecido, contra o qual havia diversas acusações.

Mais tarde o legislativo municipal se viu na obrigação de cancelar a concessão de referido título, para tentar limpar sua barra. 

Ficou feio.

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