*Quando vinha anualmente de férias a Santarém, Sebastião Tapajós vinha a Itaituba para tocar especialmente para o empresário Zé Arara, que além de pagar um gordo cachê, ainda mandava um dos seus aviões buscar e levar de volta ou grande violonista;
*Em 1972, portanto, há quase 50 anos, eu e mais dois colegas que trabalhávam na rádio Rural de Santarém, fomos fazer uma visita a Sebastião Tapajós, que naquele tempo ficava na casa de seus pais, na rua coronel Joaquim Braga, perto da praça de São Sebastião.
Nós pedimos e Babá resolveu dar uma canja do seu enorme talento de violonista.
Eu pedi que ele tocasse Ave Maria, de Gonoud, que é a minha preferida.
Um dos colegas falou algo que não devia. Disse que não gostava de música clássica, por que não entendia.
Aquilo soou quase como um insulto para o grande mestre que retrucou: música não é para se entender, mas para se sentir.
Quando a gente saiu de lá, dissemos ao colega, que ele poderia muito bem passar o dia sem aquele pito pela pela bobagem que ele falou
*Sebastião Tapajós fez muito, mas muito sucesso na Europa .
Por conta do seu sucesso, uma empresa alemã especializada na fabricação de violões, fabricou um violão, série única, apenas uma unidade que foi dada de presente a ele.
*Na Europa, quando o show de um artista agrada muito, assim que ele se despede a plateia bate palma até o artista voltar e dar mais uma canja. Certa vez, na Alemanha, Sebastião Tapajós precisou retornar ao palco nove vezes, por que os aplausos não cessavam.
*Bem no comecinho da década de 1970, o ator, diretor de musicais, escritor e comentarista de carnavais, Haroldo Costa, após retornar de uma viagem a Alemanha, onde assistiu a um show de Sebastião Tapajós, comentou em uma entrevista, que prestassem atenção em um garoto brasileiro paraense, que estava se apresentando na Europa.
Ele disse: prestem atenção, porque a gente vai ouvir falar muito desse garoto, que é muito bom.
Esses são apenas uns poucos exemplos das muitas histórias envolvendo o maior violonista que o Pará já teve, reconhecido mundialmente como Sebastião Tapajós, que sempre nos encheu muito de orgulho.
Sentiremos muito sua partida, sempre
Jota Parente
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