quarta-feira, agosto 04, 2021

Sidney Cardoso, um destacado homem da Imprensa, que gostava muito de política

Nossa última foto, na Câmara
  Sidney Mota Cardoso, o Ney Gordo, morreu ao raiar do dia 04 de agosto, quarta-feira. Eram 05:30 da manhã, quando ele partiu prematuramente para a eternidade aos 48 anos de idade, no Hospital Regional do Tapajós. Deixou três filhos, entre os quais, o repórter David Cardoso.

          Portador de diabetes há muitos anos,     o  qual tinha muita dificuldade para   controlar, já no decorrer do mês de julho   começou a sentir as consequências da   doença. Inicialmente, perdeu completamente a visão de um dos lados, enquanto o outro enfraqueceu muito rapidamente.

No dia 20 de julho, uma terça-feira, encontramo-nos pela última na casa do prefeito Valmir Clímaco, onde eu tinha ido fazer uma reportagem. Na oportunidade eu perguntei o que ele tinha, porque estava com a aparência muito abatida. Ele me contou os problemas pelos quais estava passando.

 No sábado, dia 24/07, Ney piorou e foi hospitalizado no HMI por conta das complicações do diabetes. Lá foi constatado que ele estava com os rins muito comprometidos a ponto de precisar fazer hemodiálise. O secretário de Saúde, Iamax Prado, tratou de agilizar o TFD (Tratamento Fora de Domicílio), mas, esbarrou na falta de leito no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém.

Quando surgiu o leito esperado, Ney testou positivo para Covid-19, pois faz parte do procedimento para a ida de pacientes de outros municípios para Santarém, fazer o reste. Dessa forma, precisou ser internado no Hospital Regional do Tapajós, onde veio a falecer.

Tive oportunidade de conversar com ele pela última vez, dois dias antes de ser transferido para o HRT. Quem atendeu a chamada foi sua irmã Sandra, que me informou que ele já não estava mais enxergando nada, o que ele me confirmou quando conversamos.

Mesmo diante de um quadro tão grave, no qual a maioria das pessoas estaria extremamente abaladas, Ney falou comigo com voz forte. Disse-me com todas as letras, que o médico havia lhe dito, que não sabia como ele ainda estava vivo, porque seus rins estavam quase paralisados. Foi isso.

Sidney Cardoso começou a trabalhar no rádio quando era ainda muito jovem (16 anos), no começo de 1989, do mesmo modo que outro saudoso profissional e amigo, Jr. Carvalho. Ambos, como sonoplastas ou operadores de áudio, na Rádio Itaituba AM, hoje, Ita FM. Na ocasião, eu havia assumido a direção da emissora.

Nas voltas que o mundo dá, em agosto de 2005 voltamos a ser parceiros, quando eu e a Marilene estávamos trabalhando para lançar o Jornal do Comércio, sem dinheiro nenhum. Foi Ney quem me procurou para perguntar se eu estava precisando de ajuda. Respondi que sim. Foi ele quem articulou com o então prefeito Roselito Soares uma parceria com a Prefeitura de Itaituba, que possibilitou a circulação das seis primeiras edições do JC.

Nos últimos tempos, continuamos nos encontrando, pelo menos duas vezes por semana nas seções da Câmara Municipal, pois como eu, raramente ele perdia uma. E foi lá que tiramos a última foto juntos, no final do primeiro período legislativo da atual legislatura. Ele estava prestando assessoria ao presidente Dirceu Biolchi.

Se não fosse um destacado integrante da Imprensa de Itaituba, se vivesse em uma cidade grande, Sidney Cardoso poderia ter sido um grande diplomata ou articulador político, porque diplomacia era que não lhe faltava, pois, transitava com muita desenvoltura por todas as correntes políticas do município.

Ney foi sempre uma pessoa de confiança do ex-prefeito Roselito Soares, de cujo governo participou com destaque, dando-se bem com todos, depois, trabalhou com a ex-prefeita Eliene Nunes, que tinha nele um auxiliar confiável e bem articulado, e por último, aproximou-se do prefeito Valmir Clímaco, cuja confiança conquistou sem precisar fazer muito esforço. Difícil encontrar alguém que não gostasse dele.

Ano passado ele me convidou para montar uma chapa para concorrer à presidência da Associação dos Profissionais de Imprensa de Itaituba (API), no momento em que começavam as especulações a respeito da eleição de uma nova diretoria. Respondi que agradecia pelo convite, mas, que deixaria para os mais novos, com muito mais gás para queimar. Assim foi o nosso caminhar. Agora, resta a saudade.

Jota Parente 

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