A insegurança causada pela ausência histórica do estado na regulamentação da atividade garimpeira na região, colocou mais uma vez a população de Jacareacanga no meio de um conflito que poderia ter causado consequências imprevisíveis e para não expor a população aos riscos de um confronto entre os agentes públicos e os índios, as forças de segurança deixaram a cidade de Jacareacanga e a tensão diminuiu um pouco, mas a operação contra a garimpagem e a extração de madeiras em terras indígenas vai continuar.
A grande questão é saber como esse impasse será solucionado, pois os interesses são tão conflitantes que divide até mesmo a população munduruku. Quem também está no meio desse furacão é o prefeito de Jacareacanga que tenta se equilibrar na linha tênue de não desagradar os índios e garimpeiros que defendem a garimpagem em terras indígenas, mas também, não se opor à operação que é autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.
Outro questionamento que também precisa ser feito é sobre os impactos ambientais, sociais e culturais que esse tipo de atividade causa ao município de Jacareacanga, que acaba sendo obrigado a absorver todos esses problemas, e como em qualquer atividade ilegal, quase todos perdem.
Os índios perdem porque tem o seu território degradado, perdem os garimpeiros que têm os seus maquinários destruídos como estamos vendo nessas operações, o município também perde porque não recebe as compensações financeiras dessa atividade e perde o Brasil que fica com a sua imagem cada vez mais prejudicada diante da comunidade internacional por não proteger o meio ambiente.
Jornalista Weliton Lima, comentário do Focalizando, 27.05.2021
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