A história completa da eleição para o próximo presidente da Câmara Municipal de Itaituba virou um balaio de gato e é bem complicada.
O
primeiro vereador a demonstrar interesse para disputar a presidência foi
Wescley Tomaz (MDB), que depois de ouvir do prefeito Valmir Clímaco (MDB), que
não se meteria no assunto, começou a manter contato com seus colegas reeleitos
e com os novatos.
Sua
campanha parecia navegar por mares calmos até o momento em que o prefeito resolveu
se meter.
Eu
conversei com alguns vereadores, que se disseram surpresos e um pouco
assustados com a mudança repentina. Mais surpresos ainda ficaram por ainda não
terem conversado com Valmir, que tirou alguns dias de férias, tendo retorno marcado
para amanhã.
Mesmo sem ter havido ainda nenhuma conversa com o prefeito, dois dos vereadores contatados disseram ter ficado estupefatos por terem sido informados que servidores temporários que eles indicaram serão demitidos, caso não acompanhem o prefeito.
O
que parecia ser uma eleição tranquila, de uma hora para outra transformou-se numa
crise política dentro do heterogêneo grupo político do prefeito Valmir Clímaco.
No
começo das negociações, a vereadora Antônia Borroló (MDB) participava da chapa
que estava sendo montada, como candidata a vice. Como ela aliada de primeira
hora do deputado Hilton Aguiar e também é muito próxima do prefeito, com o
andamento das coisas, pediu para retirar seu nome, entrando Maria Pretinha
(MDB) no seu lugar.
Lembrem-se
de que tudo isso acontece dentro de um mesmo grupo político, porque o prefeito
não tinha intenção de se envolver no processo de sucessão na Câmara, mas,
depois se arrependeu, e hoje, não só tem candidato, como joga pesado para
elegê-lo.
O
vereador eleito Rangel Moraes (PP) recebeu telefonema do deputado Eraldo
Pimenta (MDB), que pediu para que ele vote no candidato do prefeito.
Como
se observa, tudo acontece internamente no MDB, que é o partido que comanda a
política no município.
Até
segunda ordem, Wescley é candidato.
As
surpresas
– Nunca é demais lembrar que não foram poucas as surpresas de última hora em
eleições para presidente da Câmara. Uma das maiores delas foi a do saudoso
ex-vereador Diomar Figueira, em 1º de janeiro de 2001.
Wirland
Freire tinha sido eleito com uma votação esmagadora, mas, não conseguiu eleger
a maioria dos vereadores. Por conta disso, mesmo tendo perdido a eleição, a
presidência da Câmara passava pelas mãos do prefeito derrotado Edilson Botelho.
Quase
na hora de começar a eleição, sem conseguir o voto que faltava, o ex-deputado
Wilmar Freire teve uma reunião particular a portas fechadas com Diomar, ao qual
perguntou se ele queria ser o presidente. Assustado com a pergunta, por isso
nem passava por sua cabeça, Diomar Figueira respondeu que sim, e para surpresa
do pessoal do seu lado, quando a urna foi aberta, a maioria dos votos era dele.
Roselito
Soares não queria que Hilton Aguiar disputasse a presidência em 2008. Hilton
peitou o prefeito e ganhou.
Na
eleição de Manoel Dentista, em 2018, o prefeito Valmir Clímaco deixou para se envolver
no processo, em cima da hora, quando a chapa da oposição já estava consolidada.
Cebola era o candidato de Valmir, e para não passar vergonha, até ele votou em
Manoel Dentista.
Talvez
o prefeito esteja com esses filmes gravados em sua mente, e não esteja disposto
a correr riscos. Todavia, com o capital político que ele tem hoje, não precisa de truculência, mas, de diálogo para aparar arestas.
Surpresa
é o que não tem faltado na eleição para presidente do legislativo municipal.
Jota
Parente
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