quinta-feira, dezembro 10, 2020

Nem melhores, nem piores...

Semana que vem, terminam os trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Itaituba. Haverá apenas uma sessão, a de quarta-feira, 16 de dezembro, porque dia 15 será celebrado o aniversário de Itaituba. Depois disso, somente a sessão solene de entrega de honrarias.

Nesses últimos quase quatro anos, alguns vereadores inseriram em seus discursos, por diversas vezes, que essa composição da Câmara é a melhor entre todas. Essa é a melhor Câmara que já existiu em Itaituba, afirmaram alto e bom som. De onde tiraram isso, não faço a menor ideia.

Nessa legislatura que está terminando, os vereadores erraram e acertaram como sempre aconteceu na Câmara. Houve momentos tensos, como na votação do projeto de lei do Executivo que aumentou bastante a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), conhecida com Taxa de Iluminação Pública.

Como se diz que brasileiro tem memória curta, aliado ao fato da prefeitura ter colocado lâmpadas de LED em os cantos da cidade, e até em algumas cidades do interior, ninguém mais reclama do valor da CIP. É possível que alguns votos tenham sido perdidos em função do aumento.

Houve uma matéria em especial, que passou despercebida do grande público. Foi a aprovação de uma das contas do ex-prefeito Benigno Reges, que não poderiam ter sido votadas, porque eles nunca foram enviadas para a apreciação do Tribunal de Contas dos Municípios, o TCM, em Belém. Portanto, essa votação não poderia ter acontecido, jamais. Peninha absteve-se de votar.

O comportamento dos vereadores, no Brasil, tem muito a ver com a personalidade do governante de plantão. Itaituba não foge a isso, pois, diante da aprovação maciça da gestão do prefeito Valmir Clímaco, não sobrou alternativa a eles, se não, seguir o líder e surfar em sua onda. Davi Salomão e Manoel Dentista foram as exceções. Davi fez oposição e se deu mal.

Em tom de brincadeira, eu disse para alguns vereadores, que eles têm toda liberdade para fazer tudo que o prefeito quiser. Brincadeiras à parte, é exatamente isso que tem acontecido no decorrer desses quase quatro anos de governo. A procissão vai por onde o prefeito mandar.

Os três poderes são harmônicos e independentes entre si, sendo três funções com independência, prerrogativas e imunidades próprias. Obedecendo a essa regra basilar do Estado Democrático de Direito, a Constituição Federal de 1988 prevê em seu art. 2º: “são poderes da União independentes e harmônicos entre si, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário”.

A letra da nossa lei maior é muito bonita, mas, é fria como o gelo quando se trata dessa pretensa igualdade. Em vez de interdependência, o que se percebe, na maioria das vezes, como ocorre em Itaituba, é um atrelamento de um poder ao outro, Executivo e Legislativo. A regra geral é o Legislativo virar um puxadinho do Executivo.

Um vereador que ouse discordar do pensamento do “chefe”, cai imediatamente em desgraça e sua vida política complica-se. Não devia ser assim, mas é. E não é só aqui. Na verdade, há uma relação de subserviência de um poder em relação ao outro. Não é diferente com esses vereadores que se reelegeram, com os que estão saindo e com os que vão entrar, excetuando os que farão oposição ao governo.

Nem melhores, nem piores dos que os antecederam. Os vereadores dessa legislatura têm se comportado de acordo com a situação política do momento, cada qual com suas razões. É assim que a banda toca. Mesmo porque, esse tipo de comparação é muito subjetivo. Que venha a próxima composição da Câmara.

Jota Parente

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