terça-feira, novembro 24, 2020

Se o prefeito me chamar, cumprirei meu nono mandato

O mais longevo entre os quinze vereadores, Peninha está concluindo seu oitavo mandato consecutivo. Sua primeira eleição aconteceu no longínquo ano de 1998, quando o médico Benigno Olazar Reges foi eleito prefeito. Em 2020 bateu na trave, mas, terminou a apuração como primeiro suplente, o que não é pouco para quem fez parte do Grupo da Morte, do MDB.

Dois dias depois da eleição, Peninha estava presente na primeira sessão ordinária após o resultado do pleito para usar a tribuna. Falou sobre o seu desapontamento, criticando candidatos e eleitores, sendo enfático contra as pessoas que venderam o voto. Afirmou que sua votação foi fruto do seu trabalho. Ele analisou para o Jornal do Comércio, com tranquilidade, o resultado das urnas...

Peninha - Veja bem, cada eleição tem as suas particularidades. Essa eleição foi totalmente diferente de todas da minha carreira política, porque a pandemia fez com que o processo eleitoral tivesse que se adequar a uma nova realidade.

Nós não estávamos preparados para perder, e o método utilizado foi o mesmo das demais eleições, porém, acho que eu saí vitorioso pelos 1.234 votos conquistados, sem precisar dar nada para ninguém. Nos usamos o nosso mandato para defender os interesses do povo. Foi isso que sempre fizemos durante toda a nossa vida política. Temos uma história nesse município.

Muitas vezes a gente é mal compreendido, muitas vezes a gente não é correspondido, e nessas eleições foi diferente, porque todos os candidatos, tiveram uma votação mais baixa. Primeiro, a quantidade de eleitores que compareceram já foi menor do que na eleição passada. Este ano, somente 49 mil votantes marcaram presença, enquanto que na eleição de 2016 foram cerca de 55 mil.

O segundo fator foi uma quantidade maior de candidatos. Na história de Itaituba nunca teve tanto candidato a vereador como nessas eleições. Foram mais de 180 candidatos.  É importante ressaltar, que pessoas que nos ajudaram nas eleições passadas, nessas eleições saíram candidatas, e com isso dividiram muito a votação, não apenas a nossa, mas, dos demais candidatos.

Isso fez com que diminuísse muito a votação. Houve uma renovação, o que é normal, apenas seis vereadores conseguiram se reeleger; a democracia é assim. Hoje, tenho que aceitar, primeiro, a decisão de Deus, segundo, a decisão dos que escolheram seus representantes.

Eu acredito que se eu tiver que exercer o meu nono mandato, exercerei. Fui bem votado, e eu repito que sou servidor público do povo. Quando coloquei meu nome para ser candidato a vereador é porque eu quero servir a população. Quero agradecer a todos os meus eleitores, agradecer a todos me deram essa votação de mais de 1.200 votos, e tenham certeza que se nós tivermos que continuar na Câmara, será trabalhando, defendendo o povo. Essa é nossa bandeira.

          JC – Na eleição do dia 15 passado, vereador, houve muitas denúncias de compra de votos. A polícia andou atrás, mas, teve pouco êxito porque o pessoal fica muito atento a qualquer movimento. O que se pode fazer para dar uma basta nisso?

Peninha – A gente ouviu falar da prisão de candidato que estaria comprando votos, houve denúncia de candidato que estaria trocando favores por votos; enfim, essa foi uma eleição diferente de todas as demais. Isso é muito ruim, porque torna o jogo desigual.

Esse é um grande problema para a Democracia; as pessoas, muitas vezes, não votam no candidato pela história e pelo que ele faz, mas, por interesse, e isso é um grande problema para o Brasil.

Houve candidatos, que ao longo da sua história, de sua luta, trabalharam em uma determinada comunidade, trabalhando junto da comunidade, e quando chegou perto das eleições, o líder comunitário vendeu a mesma na folha para outro. Isso aconteceu e não foi por opção de melhoria das pessoas, mas, por interesses pessoais, o que é uma vergonha.

JC - O senhor vai completar 32 anos de legislativo, cerca da metade da sua vida dedicada à política. Disse na Tribuna que está cansado e que não é porque deixou de ser eleito, e que se fosse convidado para continuar iria pensar. Pelo jeito, o prefeito vai precisar muito do senhor na Câmera a partir de janeiro de 2021, por que vem chumbo grosso por aí. E quando tem chumbo grosso do outro lado, chama o Peninha. Como já aconteceu a sondagem para continuar, ainda vai pensar?

 Peninha - Na verdade, essa é a questão, mas eu volto a dizer que nós estamos à disposição para servir ao município. Há uma grande possibilidade disso acontecer, porque, pelo menos um desses vereadores eleitos não quer exercer o mandato, mas, voltar para a secretaria (Orismar Gomes, Seminfra). Existe, também, a chance de outros vereadores eleitos voltarem para as secretarias que ocupavam (Iamax Prado e Ronny Freitas), o que abriria vagas para outros suplentes.

Eu vou conversar com o prefeito sobre tudo isso. De minha parte, não há problema algum em continuar. volto dizer que estou muito feliz, porque acabei sendo bem votado. Nosso grupo cresceu. Foi um show de bola. Tanto que basta olhar para a votação do nosso prefeito, que teve mais de 42 mil votos, obtidos por mérito do trabalho, a maior votação da história de Itaituba.

O povo queria que Valmir continuasse, e queria muito. Os adversários fizeram de tudo para tentar denegrir sua imagem, mas, não adiantou, as críticas não surtiram efeito. Depois de tudo que fizeram contra ele, a população o escolheu novamente, pelo trabalho que ele está fazendo como prefeito de Itaituba.

Vou conversar com ele para ver o pensamento dele, o que que ele quer, e a minha experiência será colocada em prática. Enfim, acho que nós vamos continuar ligados. Se tiver que continuar na Câmara, continuarei. O interesse público é que manda.

O povo queria que eu fosse vereado; basta olhar para a votação que tive. Vamos fazer o que for melhor para mim, para minha família e para o município, principalmente, para nossa população, pois esse é o objetivo do nosso trabalho há quase trinta e dois anos. No final vai dar tudo certo. 

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