quarta-feira, abril 29, 2020

SP atende 3 mil pacientes por dia e estuda enviar doentes para o interior

Felipe Pereira e Marcelo Oliveira
Do UOL, em São Paulo
29/04/2020 04h00

RESUMO DA NOTÍCIA

  • Até 23 de abril, média de atendimentos na cidade era de 812 por. Nos três dias seguintes, subiu para 3.355
  • Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde, que defende não flexibilizar a quarentena na capital
  • A cidade tem cinco hospitais com UTIs lotadas. A média de ocupação da rede estadual é 81% e, na rede municipal, 75%
  • Um professor da USP de Ribeirão Preto prevê colapso do sistema na próxima semana ou, na melhor das hipóteses, na segunda semana de maio

São Paulo - Notícis UOL -  viveu uma explosão de casos suspeitos de covid-19 nos últimos dias e o número de pessoas procurando atendimento médico quadruplicou. 

Dados da Secretaria Municipal mostram que, até 23 de abril, a média era de 812 pacientes por dia. Nos três dias seguintes, cresceu para 3.355. O motivo citado para a escalada é a baixa adesão ao isolamento social. "É um salto muito grande. 

Significa dizer que o isolamento social segurou um pouco, mas, com volta circulação das pessoas o índice de contaminação acelerou brutalmente", avalia Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde.

Ele diz que as estatísticas refletem a queda de adesão à medida de restrição de circulação desde a quinta-feira anterior à Páscoa. A partir de então, a quarentena não foi obedecida por nem metade da população durante sete dias. Mais gente nas ruas, UTIs mais cheias. 

Os hospitais da rede estadual têm 81% de ocupação nos leitos de tratamento intensivo. No município, o percentual é de 75%.

"Nossa curva tinha velocidade controlada, mas agora está crescente e em velocidade descontrolada. Vai refletir cada vez mais no sistema todo. Na atenção básica [AMA, UBS] e no hospital. 

Os estabelecimentos não podem voltar a funcionar. A gente sempre teve posição muito clara porque não podemos piscar", declarou o secretário municipal de Saúde. 

Aparecido fez questão de ser enfático e afirmou que em duas semanas a pressão sobre o sistema será muito maior. Por este motivo, não vê espaço para a afrouxar a quarentena na cidade de São Paulo. "Não há hipótese de ter flexibilização na capital dia 11 de maio.".

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