terça-feira, abril 28, 2020

Polícia invade casas de blogueiros críticos de Helder

Por Dornélio Silva, de Belém - Como nos anos de chumbo da ditadura militar, policiais invadiram, hoje de manhã, em Belém do Pará, as residências de dois conhecidos blogueiros paraenses – Diógenes Brandão e Eduardo Cunha, que fazem dura oposição ao governador Helder Barbalho – em cumprimento a um mandado judicial de busca e apreensão assinado pelo juiz Heyder Tavares, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais.

Na residência de Diógenes Brandão foram apreendidos computadores, celulares e documentos. 

A delegada Kézia, da Delegacia de Crimes Tecnológicos, questionou Diógenes sobre se ele seria o autor de uma nota revelando que os gastos com publicidade do governador Helder Barbalho (MDB) em 2019 haviam superado os gastos do ex-governador Simão Jatene com propaganda, beneficiando inclusive as empresas de comunicação da família Barbalho, e o blogueiro confirmou a autoria.

“Não havia razão que justificasse a ação de busca e apreensão”, afirmou o jurista Sábato Rosseti, que deu assistência jurídica ao blogueiro Brandão. 

O mandado do juiz Heyder Tavares – que na campanha eleitoral de 2018 respaldou judicialmente uma polemica operação de busca e apreensão no Instituto de pesquisa Doxa – recebeu parecer favorável do promotor de justiça Luiz Marcio Cypriano ao pedido da delegada Kézia.

O advogado e blogueiro Eduardo Cunha, outro alvo da ação policial arbitrária, revelou que os policiais levaram de sua casa computadores, celulares e até mesmo o diploma de marketing político que estava pendurado na parede.

“A situação foi Khafkiana. Eu não sabia sequer do que estava sendo acusado”, afirmou Eduardo Cunha que, como Diógenes Brandão, tem se notabilizado pelas duras críticas ao governo de Helder Barbalho, principalmente no que se refere às milionárias compras com dispensa de licitação feitas supostamente para combater no Pará a pandemia do novo coronavirus, o Covid-19.

Eduardo Cunha e Diógenes Brandão não têm dúvidas de que a operação de hoje foi por perseguição política da parte do governador Helder Barbalho, refratário a críticas à sua administração.

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