domingo, abril 19, 2020

Já não se fazem mais políticos como o deputado Gerson Peres


          Faço votos de recuperação do ex-deputado federal Gerson Peres, um dos mais longevos políticos paraenses. Longevo em anos de mandatos consecutivos, assim como por sua bem vivida existência de 88 anos.
          Mandatos de deputado estadual e vice-governador: Deputado(a) Estadual , PA, Partido: PTB, Período: 1955 a 1959; Deputado(a) Estadual , PA, Partido: PTB, Período: 1959 a 1963; Deputado(a) Estadual , PA, Partido: UDN, Período: 1963 a 1967; Deputado(a) Estadual , PA, Partido: ARENA, Período: 1967 a 1971; Deputado(a) Estadual , PA, Partido: ARENA, Período: 1971 a 1975; Deputado(a) Estadual , PA, Partido: ARENA, Período: 1975 a 1979; Vice-Governador(a) , PA, Partido: ARENA, Período: 1979 a 1982, quando o governador era o coronel Alacid Nunes.
          Mandatos (na Câmara dos Deputados): Deputado(a) Federal - 1983-1987, PA, PDS: Deputado(a) Federal - (Constituinte), 1987-1991, PA, PDS: Deputado(a) Federal - 1991-1995, PA, PDS: Deputado(a) Federal - 1995-1999: PA, PPR, Deputado(a) Federal - 1999-2003, PA, PPB; Deputado(a) Federal - 2007-2011, PA, PP.
Orgulho do povo de Cametá, é também, orgulho do povo do Pará que prima por votar em candidatos que se diferenciam pelo seu comportamento, seja na vida privada, seja na vida pública.
          Nos dias de hoje, está cada vez mais difícil surgirem homens públicos com o caráter e o comprometimento do Dr. Gerson Peres, homem que tem vivenciado a política sem se locupletar com ela. Não é exagero dizer que já não se fazem mais políticos como ele.
          O Dr. Gerson Peres foi sempre um político de grupo, defensor de seus ideais políticos com muita firmeza, sendo respeitado, tanto por seus pares, quanto por seus adversários por conta disso.
          Eu mesmo sou testemunha de sua franqueza, seriedade e disposição para resolver questões coletivas que estivessem ao seu alcance.
          Corria o ano de 1997, segundo semestre. A economia do município não vivia um dos seus melhores momentos, o que tornava a vida dos veículos de comunicação difícil. De todos. A Celpa ainda era estatal.
          Aconteceu um encontro do PPR, seu partido, em Itaituba, no Clube Emoções, na qual o então deputado federal era a maior estrela. O governador era o Dr. Almir Gabriel.
          Eu era diretor da TV Tapajoara, que estava com dificuldade para manter os pagamentos da fatura em dia, problema que os outros veículos, sem exceção, também enfrentavam. O que fazer para resolver? Vamos conversar com o deputado, o que fiz em nome de todos.
          Esperei terminar o encontro, e na companhia do ex-prefeito Sílvio Macedo, que me apresentou a ele, contei a nossa triste história, que implicava na possibilidade de termos a energia elétrica cortada, saindo emissoras de TV e de Rádio do ar.
          O deputado ouviu tudo atentamente. Quando terminei de falar, entreguei um ofício contando a situação em todos os seus detalhes, solicitando encarecidamente do governo do Estado, primeiro, um prazo e o parcelamento dos débitos para que pudéssemos continuar trabalhando, segundo, segundo, que pudesse ser celebrado um contrato de publicidade com a Funtelpa, órgão do governo estadual responsável pela mídia do governo.
          “Seu José, (disse o deputado), eu não posso prometer para o senhor, nem para os seus colegas, que eu vou resolver o problemas, mas, uma coisa que eu lhe asseguro é que o pleito de vocês vai chegar às mãos do governador, que é uma pessoa sensível, e creio que ele poderá atendê-los. Terça-feira eu estarei em audiência com o Dr. Almir, e no final da tarde eu entrarei em contato com o senhor”, afirmou.
          Eu fiquei esperançoso, porém, acostumado com os políticos, com um pé atrás, achando que poderia dar em nada. Mas, enganei-me. Na terça-feira posterior, às 18:20, o telefone tocou. Era o deputado informando que estivera com o governador, que não só atendera ao pedido dele, como em sua frente havia ligado para o presidente da Celpa, determinando que não houvesse cortes e para o diretor da Funtelpa, mandando celebrar contrato de publicidade do governo com todas as emissoras de Itaituba. Eu mal cabia de contentamento quando liguei para os colegas para dar a boa notícia.
          Foi assim que nós passamos todo o restante de 1997 e todo o ano de 1998 tranquilos quanto à quitação da fatura de energia elétrica, porque o contrato de publicidade mais que cobria a fatura. E sem dúvida, essa foi a maior ajuda que um político já deu ao sistema de comunicação do município de Itaituba.
          Depois de tudo consumado, eu procurei cada um dos colegas. Em 1998 o Dr. Gerson Peres foi candidato a senador. Nós tínhamos obrigação, não apenas de votar nele, mas, de conseguir votos para ele. Eu fiz a minha parte, e creio que os demais também se empenharam. Infelizmente, embora tenha tido uma grande votação, ele não se elegeu.
          É por essa gota d’água e pelo muito que ele fez ao longo de sua longa vida pública que concluo afirmando: já não se fazem mais políticos como antigamente, ou como o Dr. Gerson Peres.
          Saúde, eterno deputado!

          Jota Parente

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