Sem
Moro, o governo perde a sua maior referência no combate à corrupção que tanto
ajudou o presidente a ganhar a eleição. Qualquer pessoa que tenha um mínimo de
discernimento sabe que a Lava Jato carreou muitos votos para Bolsonaro.
O
então pré-candidato Jair Bolsonaro tinha o discurso de combate à corrupção. Já
Sérgio Moro foi a personificação do combate efetivo.
As
três razões da substituição do atual diretor da Polícia Federal Maurício
Valeixo atendem pelos nomes de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, que agora
terão mais tempo para arquitetar suas maldades sem serem incomodados pela PF.
Jair
Bolsonaro tem um senso de justiça próprio. Podem investigar à vontade quem
vocês quiserem, porém, se mexerem com a minha família, vou aterrorizar geral.
Moro
foi elegante até na hora de sair. Falou o que tinha que ser falado sem
tripudiar ninguém.
Jogou
vinte e dois anos de uma vitoriosa carreira de juiz para tentar, com mais
poder, encetar com maior vigor sua luta contra a corrupção. Mas, não rezou na
cartilha do presidente, um homem que tem se mostrado cada vez mais despreparado
para o cargo.
Só
está faltando, agora, os seguidores do presidente, aqueles que fazem parte da
patrulha composta por sectários, vir a público desandar críticas contra o ex-ministro
acusando de um monte de coisas que ele não é, nunca foi, nem nunca será.
O
restinho de esperança que eu ainda pudesse ter na lisura do presidente na
condução do Brasil esvaiu-se no momento em que ele resolveu apagar a luz das investigações,
privilegiando as sombras que escondem os esqueletos das maquinações perversas
de quem tem medo do claro.
É
mais uma crise política no governo, de autoria do próprio presidente, em pleno
crescimento da pandemia do coronavírus.
Lamentável.
Jota
Parente
Nenhum comentário:
Postar um comentário