sexta-feira, abril 17, 2020

Adolescente de 17 anos não tinha histórico de doença é a mais jovem a morrer com Covid-19

 Jamilly Ribeiro, de 17 anos, morreu na última terça-feira (14) vítima da Covid-19. Ela foi tratada com hidrocloroquina, e se tornou a pessoa mais jovem a morrer com coronavírus no Rio de Janeiro.

A adolescente morava em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, uma das últimas cidades a aderir o isolamento social como forma de prevenção ao combate a pandemia do novo coronavírus. A própria Secretaria municipal de Saúde do município confirmou a informação. Ela tomou o medicamento quando estava no CTI do Hospital Moacyr do Carmo, no mesmo município.

Segundo a prefeitura, Kamilly e a mãe, Germaine Ribeiro dos Santos, de 43 anos, testaram positivo para a Covid-19, mas o resultado positivo da jovem foi confirmado apenas no último dia 2. A assessoria disse ainda que a adolescente foi transferida para um leito de CTI, no dia 24 de março, e que morreu 20 dias depois.

A Secretaria municipal de Saúde informou em boletim médico que, usou a cloroquina “conforme indica o protocolo do Ministério da Saúde para o uso do mesmo”.

Duas perdas e nenhuma despedida

Germaine Ribeiro não teve o direito de se despedir de quem mais amava, por duas vezes seguidas, em um curto período de apenas 12 dias. Ela e a filha Kamilly apresentaram os sintomas da doença e foram internadas no dia 22 de março, em uma unidade de saúde do distrito de Xerém. Dois dias depois, as duas foram levadas para o isolamento no Hospital Moacyr do Carmo.

No dia 2 de abril, Edmar Santos Ribeiro, de 71 anos, pai de Germaine, morreu por conta de um acidente vascular cerebral (AVC). Na última terça-feira (14), ela perdeu a filha Kamilly. 

Germaine conseguiu se recuperar da doença. Mas, ao sair do hospital, teve que permanecer em quarentena. Ela ficou isolada num quarto de casa, não podendo acompanhar o entre do pai e da filha. Emocionada, ela lembra dos sonhos interrompidos da filha, que era religiosa e muito estudiosa.

Kamilly cantava em uma igreja evangélica e tinha o sonho de cursar Medicina e iria fazer prova do Enem este ano para tentar a vaga numa universidade. Ela não tinha nenhuma doença preexistente.

"Minha filha era uma princesa que servia a Deus. Durante o tempo em que eu estive no Hospital Geral de Nova Iguaçu, cuidando do avô dela, ela cuidou do irmão menor. Era uma menina muito obediente, que cantava na igreja. Queria ser médica e missionária para ajudar na obra de Deus", afirmou.

As duas chegaram a dividir uma mesma enfermaria e a última vez que Germanie viu a filha, foi quando chamou a equipe médica após Kamilly passar mal. Segundo ela, no período em que ficaram juntas, as duas chegaram a ser medicadas com cloroquina.

"Ela ficava em uma cama e eu em outra. Lembro que ela chegou a sentir falta de ar e pediu para trocar de cama comigo. Também fizemos uso de oxigênio. No dia 24, Kamilly passou mal e vomitou. Gritei e chamei os médicos, aí ela foi levada para outro leito e entubada", disse.

Germanie disse que foi informada verbalmente que seu teste para coronavírus havia dado positivo, mas que ainda não tem o diagnóstico oficial em mãos.

Fonte: Extra

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