domingo, março 29, 2020

Um quase presidente de honra que pode por tudo a perder

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Irresponsável, inconsequente, incompreensível, irracional, imprudente, desmiolado, maluco, leviano, etc...

Todos os adjetivos do gênero são poucos para definir a postura do presidente, que neste momento tornou-se quase um presidente de honra.

Hoje ele fez mais uma das suas, indo às ruas para cumprimentar o povo e dizer que todo mundo tem que trabalhar. Disse, também, que tem vontade de baixar um decreto para que todos possam voltar ao trabalho.

Eu sabia que ele não era muito bom da cachola, mas, subestimei sua inesgotável capacidade de agir na contramão do bom senso da maioria.

E para piorar as coisas, um bando de alienados políticos o segue sem qualquer questionamento. Felizmente, não é o que pensa e faz a maioria.

Não precisava, mas, com medo de perder o emprego, ontem, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta mordeu a corda numa puxação de saco nojenta. Resolveu embarcar na corrente para a qual a imprensa é a grande culpada por tudo que está acontecendo, como se a imprensa tivesse espalhado o coronavírus.

Bolsonaro, neste momento, é quase um presidente de honra, porque diz uma coisa e muitos ministros fazem outra. Até ontem Mandetta fazia o contrário do que o chefia dizia e defendia. Paulo Guedes continua fazendo seu voo solo, tomando as medidas que considera mais corretas.

Bem que o capitão gostaria de ter poderes absolutos; como ele sonha em ser ditador, mandando para que todos obedeçam de um jeito ou de outro. Felizmente ele não encontra respaldo nem mesmo da tropa, que prefere obedecer à Constituição Federal.

Boneco do ventríloquo Donald Trump, em alguns momentos Bolsonaro ganha vida própria quando faz diferente do seu mentor, que mesmo tendo alguns atributos do brasileiro, sabe que no país que governa o negócio é diferente. Até porque o pacto federativo de lá funciona de verdade.

Trump não vai para o confronto com autoridades do setor de saúde estadunidense quando elas dizem coisas diferentes das que ele fala. Sabe que a nação, numa hora como essa, fica do lado da ciência.

Vai ser duro aguentar esse homem até o final de 2022 e, um percentual bem expressivo de pessoas que como eu votaram nele, tem afirmado pelas redes sociais, que jamais voltarão a fazer isso novamente.

Se não aparecer nada novo que favoreça Bolsonaro, politicamente, ele será o maior perdedor pós pandemia. Seu desequilíbrio tem afastados apoiadores como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que rompeu e soltou os cachorros pra cima dele.

Caiado sempre foi uma voz muito forte da direita. Bolsonaro não desagrada mais apenas a esquerda, mas, o centro e a direita também. Seu grande desafeto João Dória Jr., governador de São Paulo é da direita e uma ameaça ao presidente na eleição de 2022. 
Daí a raiva de Bolsonaro.

Eu sei que tem muito bolsomion zangado comigo, porém, mesmo que não fosse jornalista, apenas como cidadão manifestaria o meu desacordo com a estupidez do presidente, que deixou o Brasil um navio à deriva por falta de um comandante lúcido; é um corpo acéfalo.

Se Macunaíma foi um herói sem caráter, hoje, Bolsonaro é um herói sem juízo. Menos para os seus súditos.

Jota Parente

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