domingo, março 15, 2020

Delfin Neto: "Espero que o Corona vírus dê a Bolsonaro um pouco de humildade

Delfim Netto ficou 13 anos no governo federal,
onde comandou Agricultura, Fazenda e Planejamento 23/04/2009 Foto: Ana Paula Paiva / Valor
Para ex-ministro da Fazenda, presidente terá de aprender que um chefe de Estado pode muito, mas não pode tudo e, por isso, precisa negociar com o Congresso

SÃO PAULO — O Globo -Antonio Delfim Netto tem um dos mais longevos currículos no poder. Somando suas experiências nas pastas da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, foi ministro por mais de 13 anos entre as décadas de 1960 e 1980. 

A partir de 1987, foi deputado federal por 20 anos. Hoje, com 91 anos, o ex-professor de Economia da Universidade de São Paulo e ex-embaixador do Brasil em Paris segue atento observador da cena política brasileira. 

Em entrevista por telefone para evitar contatos pessoais em tempos de coronavírus, Delfim explica por que o país precisa de um choque. Na sua visão, a crise atual é de grandes proporções, e o presidente Jair Bolsonaro deveria aprender a ser mais humilde e a negociar. Para o ex-ministro, a decisão do Congresso, na semana passada, de aumentar o gasto público mostra que “a inteligência nacional acabou”.

O senhor disse há alguns dias que, diante das atuais circunstâncias, só um choque de confiança tira o país do buraco. O governo Bolsonaro e o Congresso têm condições de fazer isso?

Eu acho que têm. Esse choque, na minha opinião, é devolver para a sociedade a certeza de que estamos no comando do processo de restabelecer o equilíbrio fiscal. Não adianta insistir, as condições são muito diferentes do passado.

Como seria esse choque?

Seria restabelecer a possibilidade de controlar o gasto através da PEC emergencial. Quem é contra tem argumentos ridículos. Dizem que a PEC cortaria o salário do funcionalismo e causaria recessão. Não. Simplesmente transformaria despesa de custeio em oportunidade de investimento.

O senhor disse há alguns dias que, diante das atuais circunstâncias, só um choque de confiança tira o país do buraco. O governo Bolsonaro e o Congresso têm condições de fazer isso?

Eu acho que têm. Esse choque, na minha opinião, é devolver para a sociedade a certeza de que estamos no comando do processo de restabelecer o equilíbrio fiscal. Não adianta insistir, as condições são muito diferentes do passado.

Como seria esse choque?

Seria restabelecer a possibilidade de controlar o gasto através da PEC emergencial. Quem é contra tem argumentos ridículos. Dizem que a PEC cortaria o salário do funcionalismo e causaria recessão. Não. Simplesmente transformaria despesa de custeio em oportunidade de investimento.

A entrevista completa está no site do jornal O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário