terça-feira, fevereiro 04, 2020

'Não saio do meu quarto há mais de uma semana', diz brasileiro confinado no epicentro da epidemia do coronavírus

Tomás Marchesini, professor da Universidade de Hubei, foi um dos brasileiros que participou do vídeo Foto: ReproduçãoAlívio. Essa foi a sensação descrita pelo paulista Tomás Marchesini, de 28 anos, quando recebeu a informação da embaixada do Brasil  na China de que a retirada de brasileiros interessados em deixar Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, pode  acontecer até o fim desta semana. Ele trabalha na região desde o ano passado como professor de Português na Universidade de Hubei. Nos últimos dias, mal tem visto a luz do sol.

— Não saio do meu quarto há mais de uma semana. O máximo que fazemos é sair para comprar comida, e muito rapidamente. A maior parte das pessoas estocou comida no dia em que a quarentena foi anunciada pelo governo chinês — disse Marchesini.

Ele conta que mantém contato com os outros brasileiros que estão na região por meio de aplicativos de mensagens:

— A cidade está totalmente bloqueada. As estradas estão fechadas, o metrô não funciona e não há ônibus. Saber que a viagem se dará com essa rapidez me dá um alívio.

A embaixada do Brasil na China entrou em contato com o grupo de brasileiros que se organizou em Wuhan para cobrar do governo federal uma operação de resgate, a exemplo de diversos outros países.

O professor universitário conta que não pensou duas vezes antes de responder ao pedido de confirmação da chancelaria brasileira sobre o interesse na repatriação, já que o prazo foi curto: o aviso chegou ao meio dia de ontem, horário local, e a lista fecharia às 17h.

Ele diz não ver a hora de deixar o isolamento na megalópole de 11 milhões de habitantes que se tornou uma cidade fantasma, mesmo que tenha de passar por um período de isolamento após a chegada ao Brasil.

Fonte: O Globo

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