quinta-feira, janeiro 23, 2020

Coronavírus: o que se sabe até agora?

NICOLAS ASFOURI / AFP

Autoridades de todo o mundo estão preocupadas com o alastramento do que foi identificado como uma nova cepa de coronavírus — tipo de vírus que foi responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).

Os casos foram registrados em TaiwanHong KongTailândiaJapãoCoreia do Sul, Singapura e Estados Unidos. Um caso suspeito foi identificado no México. Aeroportos como o de Sydney (Austrália) e o de Heathrow, em Londres (Reino Unido) instalaram áreas de desembarque exclusivas para voos vindos de regiões afetadas pela doença.

Na China, quase 1,4 mil pessoas estão sob
observação. Em caráter emergencial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) se reúne nesta quarta-feira em Genebra, na Suíca, e cogita decretar "emergência de saúde pública de interesse internacional", como aconteceu com a gripe H1N1, em 2009, o vírus Zika, em 2016, e a febre Ebola, que devastou parte da África ocidental de 2014 a 2016.

Além disso, as cidades de Wuhan e Huanggang, na região central da China, estão sob quarentena desde a manhã desta quinta-feira, no horário local. O sistema de transportes foi interrompido e cancelas foram colocadas nas rodovias e vias expressas. Moradores foram orientados a não deixarem suas residências.

Um terceiro município vizinho, Ezhou, teve o sistema ferroviário interrompido. Em Pequim, capital da China, a prefeitura suspendeu as festividades do Ano Novo Lunar, que começariam no próximo sábado.

Confira algumas perguntas e respostas sobre o coronavírus.

O que é o coronavírus?

Nomeado a partir de sua forma circular, o coronavírus (CoV) é uma ampla família de vírus à qual pertencem as cepas que causaram, por exemplo, a Sars e a Mers. Já se sabe que a pneumonia misteriosa é causada por uma nova cepa que os cientistas ainda não conheciam, identificado como 2019-nCoV.

Via de regra, os sintomas de um coronavírus são nariz entupido, tosse, garganta inflamada, mal estar, febre e dor de cabeça. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a maior parte das pessoas contrai algum tipo de coronavírus durante a vida, e tende a se curar em poucos dias.

Mas algumas variantes do coronavírus podem afetar gravemente o sistema respiratório, causando pneumonia, sobretudo em indivíduos muito novos ou muito velhos, em portadores de doenças cardiopulmonares ou em pessoas com sistema imunológico debilitado. Tudo indica que este é o caso do coronavírus 2019-nCoV.

Sete dos tipos conhecidos de coronavírus podem infectar pessoas — o 2019-nCoV é um deles. Outro exemplo da categoria foi a Sars, que matou 774 pessoas e infectou pouco mais de 8 mil, em uma epidemia que começou na China em 2002.

Para Edimilson Migowski, professor de infectologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o novo coronavírus tem se mostrado "muito agressivo e virulento, mas por outro lado é bom porque ao matar (o vírus) se dissemina menos".

— Quando é assim, o paciente rapidamente é internado, fazendo com que o impacto de disseminação seja menor do que uma infeção comum — explica.
Como acontece a transmissão?

O coronavírus, em geral, é transmitido pelo ar, por meio de grandes gotículas expelidas na respiração, ou por contato direto ou indireto com secreções. Como o 2019-nCoV foi descoberto recentemente, é impossível detalhar sua rota de transmissão.

Quais as chances de o vírus chegar ao Brasil?

Um caso suspeito de coronavírus foi identificado na tarde desta quarta-feira em Belo Horizonte. Uma mulher de 35 anos que passou por Xangai foi internada com sintomas respiratórios da infecção, de acordo com a Secretaria estadual de Saúde de Minas Gerais. O órgão fez questão de ressaltar, porém, que o caso é tratado ainda como suspeita, e que o quadro da paciente não é grave. 

Fonte: O Globo

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