Autoridades
de todo o mundo estão preocupadas com o alastramento do que foi identificado
como uma nova cepa de coronavírus — tipo de vírus que foi responsável pela
Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars)
e a Síndrome Respiratória do Oriente
Médio (Mers).
Os
casos foram registrados em Taiwan, Hong Kong, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Singapura e Estados Unidos. Um
caso suspeito foi identificado no México.
Aeroportos como o de Sydney (Austrália)
e o de Heathrow, em Londres (Reino
Unido) instalaram áreas de desembarque exclusivas para voos
vindos de regiões afetadas pela doença.
Na
China, quase 1,4 mil pessoas estão sob
observação.
Em caráter emergencial, a Organização
Mundial de Saúde (OMS)
se reúne nesta quarta-feira em Genebra, na Suíca, e cogita decretar
"emergência de saúde pública de interesse internacional", como
aconteceu com a gripe H1N1, em 2009, o vírus Zika, em 2016, e a febre Ebola,
que devastou parte da África ocidental de 2014 a 2016.
Além
disso, as cidades de Wuhan e Huanggang, na região central da China, estão sob
quarentena desde a manhã desta quinta-feira, no horário local. O sistema de
transportes foi interrompido e cancelas foram colocadas nas rodovias e vias
expressas. Moradores foram orientados a não deixarem suas residências.
Um
terceiro município vizinho, Ezhou, teve o sistema ferroviário interrompido. Em
Pequim, capital da China, a prefeitura suspendeu as festividades do Ano Novo
Lunar, que começariam no próximo sábado.
Confira
algumas perguntas e respostas sobre o coronavírus.
O
que é o coronavírus?
Nomeado
a partir de sua forma circular, o coronavírus (CoV)
é uma ampla família de vírus à qual pertencem as cepas que causaram, por
exemplo, a Sars e a Mers. Já se sabe que a pneumonia misteriosa é causada por
uma nova cepa que os cientistas ainda não conheciam, identificado como 2019-nCoV.
Via
de regra, os sintomas de um coronavírus são nariz entupido, tosse, garganta
inflamada, mal estar, febre e dor de cabeça. Segundo o Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a maior parte das pessoas contrai
algum tipo de coronavírus durante a vida, e tende a se curar em poucos dias.
Mas
algumas variantes do coronavírus podem afetar gravemente o sistema
respiratório, causando pneumonia, sobretudo em indivíduos muito novos ou muito
velhos, em portadores de doenças cardiopulmonares ou em pessoas com sistema
imunológico debilitado. Tudo indica que este é o caso do coronavírus 2019-nCoV.
Sete
dos tipos conhecidos de coronavírus podem infectar pessoas — o 2019-nCoV é um
deles. Outro exemplo da categoria foi a Sars, que matou 774 pessoas e infectou
pouco mais de 8 mil, em uma epidemia que
começou na China em 2002.
Para
Edimilson Migowski, professor de infectologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), o novo coronavírus tem se mostrado "muito agressivo e
virulento, mas por outro lado é bom porque ao matar (o vírus) se dissemina
menos".
—
Quando é assim, o paciente rapidamente é internado, fazendo com que o impacto
de disseminação seja menor do que uma infeção comum — explica.
Como
acontece a transmissão?
O
coronavírus, em geral, é transmitido pelo ar, por meio de grandes gotículas
expelidas na respiração, ou por contato direto ou indireto com secreções. Como
o 2019-nCoV foi descoberto recentemente, é impossível detalhar sua rota de
transmissão.
Quais
as chances de o vírus chegar ao Brasil?
Um
caso suspeito de coronavírus foi
identificado na tarde desta quarta-feira em Belo Horizonte. Uma
mulher de 35 anos que passou por Xangai foi internada com
sintomas respiratórios da infecção, de acordo com a Secretaria
estadual de Saúde de Minas Gerais. O órgão fez questão de ressaltar,
porém, que o caso é tratado ainda como suspeita, e que o quadro da
paciente não é grave.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário