Amazônia - O número de policiais
(civis e militares) mortos no Pará é o maior do Brasil: foram 35 vítimas, de
janeiro a junho deste ano. Quase todos estavam fora de serviço. Isso representa
um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2018, quando 25 policiais morreram.
O dado é do Monitor da Violência, um trabalho conjunto do G1 com o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Núcleo de Estudos da Violência da
Universidade de São Paulo (USP).
Ainda
na região Norte, apesar de os números absolutos não superarem os do Pará, dois
estados tiveram aumentos acima de 100% do número de pessoas mortas por agentes
de segurança. O Amazonas passou de 8 casos para 34 (325%). E o Amapá passou de
19 para 65 (242,1%).
Dos
35 policiais mortos, 33 eram da Polícia Militar e 2 da Polícia Civil. Mas além
de liderar o ranking de agentes vitimados, o Pará tem o terceiro maior número
de pessoas mortas por membros das forças de segurança. Entre janeiro e junho,
foram 322 vítimas, 56% a mais do que as 206 do ano passado. Pelo estudo, não há
qualquer relação entre uma polícia que mata mais e redução da criminalidade.
Sobre
o estudo, o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa
Social do Pará (Segup), Ualame Machado, disse que o estado tem trabalhado para
reduzir a letalidade policial. “Em razão do choque operacional, no início da
gestão, tivemos um pequeno aumento em relação ao ano anterior.
“Várias medidas estão sendo tomadas. Cito a
jornada extraordinária, em que se compra parte da folga do policial para que
ele possa trabalhar em prol da sociedade, evitando que faça atividade paralela
e corra riscos ["bicos"].
Também
foram implementados programa habitacionais, para que os policiais saiam de
algumas áreas de risco e possam levar sua família e morar perto de outros
colegas. Foi autorizada a utilização de coletes até mesmo na folga, para que
eles fiquem mais protegidos, além de capacitações e treinamentos.”, declarou o
secretário, apontando o que está sendo feito reduzir a violência contra agentes
de segurança.
Em nível
nacional, aponta o Monitor da Violência, o 1º semestre deste ano teve um total
de 2.886 pessoas mortas por policiais. São 120 a mais que no mesmo período de
2018. Mas esse aumento não se deve a uma tendência generalizada, já que 15
estados tiveram menos registros nesse período. Goiás foi o único estado que se
recusou a passar os dados para o levantamento.
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