segunda-feira, setembro 30, 2019

Mais uma reunião que pode dar em nada

Itaituba sediou mais um encontro sobre mineração. Os atores são diferentes, mas, a tônica é a mesma: discutir alternativas para a atividade garimpeira na região do Tapajós.
O discurso também é o mesmo. Querem que o governo flexibilize o rigor dos órgãos de fiscalização, e pelo visto, este pode ter sido mais um seminário, igual a tantos outros, que já foram realizados aqui em Itaituba e que não produziram nenhum efeito prático para resolver os problemas dessa atividade. O garimpeiro tradicional vai continuar desassistido e sem direito a nenhum tipo de beneficio.
O foco de qualquer seminário que vise realmente discutir o assunto com profundidade em busca de solução para a atividade garimpeira teria que começar propondo a adequar a legislação que já tem mais de três décadas de vigência e está totalmente defasada.
Enquanto isso, sistematicamente, o governo vem endurecendo as leis ambientais e encurtando os prazos de validade dos licenciamentos, o que torna quase impossível para o garimpeiro tradicional trabalhar dentro da legalidade.
Outro entrave para a extração de ouro é o alto custo dos insumos para a produção do minério; ademais, ainda há os impostos que incidem sobre o comercio do ouro, o que leva à sonegação e a consequente evasão de receitas, pois boa parte do ouro produzido na região sai de forma clandestina, sobrando para o município somente as mazelas sociais e ambientais e, nesse contexto o seminário foi mais forma de iludir os desamparados garimpeiros, pois as chances desse encontro produzir algum resultado positivo para a atividade são mínimas.
A esperança dos garimpeiros de ver a sua atividade legalizada está nesse grupo de trabalho criado pelo governo federal, que já está elaborando um estudo sobre a atividade garimpeira na região, e baseado nos diagnósticos apresentados por esse estudo, é possível que finalmente venham ocorrer as  mudanças nas regras de legalização e produção da atividade na reserva garimpeira do Tapajós. Isso, se não houver mudança de rumo nessa política do governo.

Jornalista Weliton Lima

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