O
comportamento radical de algumas lideranças do movimentou que manteve a BR 163
interditada por cinco dias colocou em risco a evolução do diálogo com o
governador Helder Barbalho e com autoridades de Brasília, de modo especial o
ministro titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Ficou
meio parecido com aquele velho ditado de que, havia muito cacique pra pouco
índio, pois, embora a maioria dos responsáveis pela manifestação quisesse
negociar, alguns defendiam a radicalização, impondo como condição para
conversar a ida de no mínimo 30 indígenas da etnia mundurucu, o que tornaria
quase impossível a chegada a Brasília em regime de urgência de uma comissão cuja
primeira reunião está marcada para a próxima segunda-feira às 11 horas da
manhã.
A
pauta principal da manifestação foi o respeito pela atividade garimpeira,
legalizando os garimpos e não queimando mais os equipamentos apreendidos.
A
questão da legalização está avançando em duas frentes. Uma através de
conversações com os órgãos competentes para que seja acelerado processo de legalizar
a atividades e a outra, de iniciativa do próprio governo, visando, primeiro a
fazer um diagnóstico da atividade garimpeira no país. Ambos os trabalhos são
importantes.
Hoje
chegou uma boa notícia de Brasília. Itaituba vai ser o piloto desse trabalho de
legalização em todo o Brasil, porque não é apenas aqui que tem garimpo. Então,
já é um gol a favor dos garimpeiros locais e da região de influência do
município. Um gol que renova as esperanças da nossa economia.
Nesse
protesto de Moraes Almeida, teve gente nova no pedaço. Garimpeiro que está há
pouco tempo na região e que defendeu radicalizar. Gente que veio de fora para
uma região que recebe de braços abertos todos os que aqui chegam. Mas, é bom
que chegue para somar, e se possível, multiplicar, não para dividir.
Por
conta desse tipo de pensamento, o movimento passou por alguns momentos de
tensão e de ameaça de racha. Felizmente, no final prevaleceu o bom senso.
Apesar
dos tropeços que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem tido e de algumas
trapalhadas, é de bom alvitre reconhecer a boa vontade que o alto escalão do
Planalto tem demonstrado com gestos concretos, não, apenas promessas.
No
decorrer dos quase 31 anos que vivo em Itaituba, conhecendo bem a nossa região,
jamais o governo federal esteve tão acessível às demandas dos garimpeiros. Por
isso, não se deve perder a oportunidade de capitalizar esse gesto em favor dessa
atividade.
O
garimpo é muito, mas, muito mal visto lá fora. A ideia que é vendida há muitos
anos, é que se trata de uma atividade de enorme impacto ambiental, nociva para
a Amazônia.
Não
é um trabalho que tenha zero impacto no meio ambiente, mas, é muito menor do
que derrubadas ilegais para transformar a floresta em pastos, ou para a
retirada ilegal de madeira.
Com
a legalização, ganhará todo mundo. O garimpeiro que terá condições de trabalhar
sem receio de ter o seu garimpo fechado, a comunidade em que vive porque a
circulação do dinheiro começa por lá, o comércio e o município, o Estado e a
União que arrecadarão tributos que hoje escorrem pelo ralo da ilegalidade.
Espera-se
que com a continuação do diálogo com o governo federal, não sejam mais necessárias
novas interdições da rodovia, que só causa prejuízos ao país.
Jota
Parente
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