Se
o mal feito fosse de gravidade moderada, às vezes, mamãe, responsável pelo departamento
correcional até fazia de contas que havia esquecido. Fazia de contas, porque se
tinha coisa que ela não era, de jeito nenhum, era esquecida. Tinha uma memória
privilegiada a Dona Guiomar.
Hoje,
quinta-feira santa, meus pensamentos passearam pela colônia Cipoal, lá pelos
idos da primeira metade da década de 1960. Lembrei porque era o dia em que a
gente colhia milho verde para fazer canjica e pamonha. Como quase todo trabalho
que fazíamos, esse era mais um trabalho em família. Eram algumas dezenas de
espigas, porque a família já era bem grande. Quem quisesse podia comer milho cozido ou assado.
Naquele
tempo era muito difícil a gente comer peixe fresco na colônia. Uma vez ou outra
Seu Tote arriscava. Então, sem poder comer carne, de jeito nenhum, e sem facilidade
para ter peixe na mesa, a solução era o milho, de cujos derivados, aliás, eu
gosto muito até hoje.
E
ainda havia a expectativa da tradicionalíssima Missa do Sábado de Aleluia, que
valia como a missa de domingo, à qual gente ia andando nove km para ir e nove
para voltar. Era na igreja de São José.
Parece
que passou um vendaval para arrancar as folhinhas do calendário, com uma
rapidez impressionante, porque essas lembranças já tem mais de meio século. E a
fila andou, a vida seguiu seu curso. Hoje está tudo diferente.
Para
uma parte bem grande da sociedade, a sexta-feira da paixão virou apenas um
feriado para fazer coisas como ir à praia ou convidar os amigos para tomar umas
em casa. Ainda tem muita gente que preserva a data.
Os
cristãos, de um modo geral, aproveitam para momentos de oração, mas, de um modo
particular, os católicos praticantes celebram a Paixão de Cristo com muito
fervor. A ressureição, Domingo de Páscoa, é uma celebração da cristandade de um
modo geral.
Feliz
Páscoa a todos.
Jota
Parente
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