Outra percepção
recorrente é a de que no período da ditadura não havia corrupção. “Vários
estudos já comprovaram que existia corrupção e era mais fácil que esses
malfeitos ocorressem porque não havia investigação”, ressalta Grandi. Segundo
ele, a relação promíscua entre interesses privados e órgãos públicos foi
aprimorada nesse período.
Pedreira Campos é
autor do livro Estranhas Catedrais: as empreiteiras
brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988 que analisa
mais profundamente essa relação. “Houve vários casos de corrupção na ditadura,
principalmente no período da abertura envolvendo agentes do estado que foram
acusados de se apropriar de recursos públicos”.
A ausência de
notícias sobre corrupção no período tem também outra explicação. O Brasil viveu
sob um regime de censura que foi estabelecida nos meios de comunicação que
estavam orientados a publicar notícias que fossem favoráveis ao governo. E é
por conta dessa propensão a maquiar a realidade que notícias denunciando
escândalos de corrupção não estampavam a manchete dos jornais. “Um cenário como
esse é ideal para a prática da corrupção, os indícios indicam que havia mais
corrupção naquele período”, completa Pedreira Campos. (El País)
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