domingo, março 24, 2019

Ataques do PSL à ‘velha política’ afastam aliados de Bolsonaro

Bolsonaro e filhos têm atuação constante nas redes sociais Foto: Rodrigo Garrido / ReutersParlamentares de diferentes partidos se irritam com ofensiva, inclusive dos filhos do presidente, nas redes sociais
BRASÍLIA (O Globo) - Parlamentares de diferentes partidos afirmam que a postura de setores do Palácio do Planalto e, principalmente, da bancada do PSL de “demonizar” a atuação política tem dificultado a construção de uma base aliada ao governo Jair Bolsonaro no Congresso. As críticas, que já eram intensas nos bastidores, se ampliaram na semana passada. 

Essas reclamações encontram ressonância até dentro do governo. Um ministro classificou os ataques a potenciais aliados como uma “imaturidade amplificada pela internet” que precisa ser consertada. 

O descontentamento com essas atitudes está presente em vários partidos. As principais queixas estão relacionadas a discursos dos aliados de Bolsonaro nas bases parlamentares, que procuram capitalizar a popularidade do presidente e carimbar o selo de “velha política” nos deputados de outras siglas, mesmo sendo estes aliados necessários para o Planalto. 

Essas reclamações encontram ressonância até dentro do governo. Um ministro classificou os ataques a potenciais aliados como uma “imaturidade amplificada pela internet” que precisa ser consertada. 

O descontentamento com essas atitudes está presente em vários partidos. As principais queixas estão relacionadas a discursos dos aliados de Bolsonaro nas bases parlamentares, que procuram capitalizar a popularidade do presidente e carimbar o selo de “velha política” nos deputados de outras siglas, mesmo sendo estes aliados necessários para o Planalto. 

Os ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vieram até de um dos filhos de Bolsonaro, e as comemorações de parlamentares do PSL pela prisão do ex-presidente Michel Temer geraram ainda mais irritação em deputados que tendem a apoiar o governo. Uma liderança da bancada ruralista chega a dizer que não haverá base aliada enquanto o governo não interferir para controlar os ânimos.  

Apesar do discurso da bancada do PSL, um dos vice-líderes do governo diz que a renovação da Câmara não mudou os hábitos, pois os parlamentares novatos estariam ávidos por cargos e verbas para sua base eleitoral — as moedas tradicionais da política e desprezadas pelo governo. O deputado Julian Lemos (PSL-PB), por exemplo, foi flagrado em um áudio, revelado pelo GLOBO, defendendo, em uma conversa telefônica, a troca de cargos por votos. 

A queda de popularidade de Bolsonaro na pesquisa Ibope divulgada na semana passada foi comemorada por parlamentares na Câmara. Eles acreditam que isso pode fazer com que o governo busque construir sua base da maneira tradicional, e não por pressão de redes sociais. O governo precisará do apoio de três quintos da Câmara e do Senado, em votação em dois turnos em cada Casa, para aprovar a Reforma da Previdência, prioridade da gestão Bolsonaro neste primeiro ano.

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