Em Ponta Porã, fronteira Brasil e Paraguai. Do outro lado da rua está a cidade de Pedro Juan Caballero |
Saí
de Itaituba na madrugada do feriado de 15 de novembro, quinta-feira, de ônibus,
torcendo para não chover, porque já faz algumas semanas que tem chovido na
região de Moraes Almeida e Novo Progresso, provocando filas grandes de
carretas. Choveu no meio do caminho entre Moraes e Progresso, mas não chegou a
atrapalhar.
É
cansativo viajar de ônibus de Itaituba até Castelo de Sonhos. São 555 km de uma
estrada sofrível, que alterna alguns poucos trechos em boas condições, com
outros de pavimento asfáltico esburacado. 555 km que poderiam ser percorridos
em seis ou no máximo sete horas em estrada boa, mas, que consumiu doze horas na nossa maltratada
Rodovia Santarém-Cuiabá.
Minha
moto já estava há uma semana na loja filial da Tapajós Motos Honda, de Castelo,
enviada pelo amigo Edson Uchoa. Na manhã de sexta-feira, bem cedo fui esperar
Lídia, a gerente da loja, para receber a moto, amarrar a bagagem e começar a pilotagem
na Expedição ao Fim do Mundo.
Às
9:15 peguei a estrada com a intenção de pernoitar na cidade de Rosário do
Oeste, em Mato Grosso. Não foi fácil percorrer os 814 km que separam Castelo de
Sonhos de Rosário. Consegui com muito esforço chegando no comecinho da noite.
Levantei
cedo, ontem, sábado, para tentar dormir depois de Campo Grande, capital de Mato
Grosso do Sul, o distrito de Anhanduí, onde havia pernoitado na expedição de
2013. Parando pouco, viajei pelos 861 km do trecho e, mais uma vez, cumpri a
meta.
Eu
sei bem que nem todo dia é possível cumprir a meta, e hoje não deu.
Quem
se dispõe a fazer uma aventura como essa, precisa lembrar todo dia, que
imprevistos acontecem. Hoje, o imprevisto deu as caras em forma de chuva, e que
chuva. Foi chuva daquelas de cachorro beber água em pé, reforçada por um
vendaval que parecia querer derrubar a cobertura do posto de combustíveis no
qual me abriguei, na cidade de Amambai, ainda em Mato Grosso do Sul. Durou mais
de 40 minutos, sem dar a menor chance para pilotar com um temporal daquele.
Enquanto
chovia, chegou um time de três motoqueiros, daqueles que tem grana, com três motos
que me fizeram ficar acanhado. Duas Harley Davidson e uma Yamaha. Mas, teve
troco quando um deles perguntou de onde eu estava vindo e para onde estava
indo. Disse que vinha de Itaituba e estou indo para a Argentina na minha
pequenina CB Twister 250, pequena perto das supermáquinas deles. Ficaram admirados,
porque não fazem jornadas tão grandes como as minhas.
Depois
que a chuva deu uma trégua, ficando mais fina, e o vento diminuiu bastante,
botei a capa pela primeira vez e cai na estrada novamente.
Aí
começou uma experiência nova. Não que eu já não tivesse pegado tempo ruim, mas,
numa moto totalmente diferente. E o vento estava mais forte do que eu pensava,
o que dificultou muito o meu trabalho de segurar a moto na estrada. Houve
momentos que pensei que não conseguiria.
Por
conta de todos esses atropelos, hoje só deu para percorrer pouco mais de 500 km, mesmo porque parei mais cedo para descansar,
pois os três dias passados foram muito puxados.
Se
teve alguma coisa que chamou minha atenção até agora, foi a situação de muitas
ruas da cidade de Campo Grande. Ao contrário de Itaituba, onde o prefeito
Valmir Clímaco asfalta direto, na capital de Mato Grosso a impressão que se tem
é que não tem prefeito. Passei por diversas ruas, e o asfalto está todo
remendado, parecendo o perímetro urbano da Transamazônica antes do BEC
recuperar.
Sairei
cedo nesta segunda para tentar recuperar um pouco do tempo perdido hoje.
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