segunda-feira, agosto 20, 2018

Políticos são servidores públicos temporários

“O destino dos bons que não gostam de política é serem governados pelos maus que gostam”

Platão

É compreensível, porém preocupante, a apatia do eleitor brasileiro com a campanha eleitoral recém iniciada.

A não ser quem está diretamente ligado a algum candidato, o restante da população demonstra falta de interesse e asco pelos políticos, classe que nunca andou tão em baixa.

Isso é compreensível por tudo que aconteceu no Brasil nos últimos cinco anos, falando apenas das consequências dos descalabros que são de conhecimento nacional e internacional.

É compreensível, todavia é preocupante porque a falta de interesse do eleitor pode contribuir para a continuação do que está posto na política brasileira, na medida que podem se reeleger políticos com manchas graves em seus currículos, e podem ser eleitos políticos novatos mau intencionados, em detrimento de candidatos com boas biografias e capazes de prestar bons serviços à nação.

Eu mesmo cheguei a pensar em não votar nessa eleição, mas revisei meu ponto de vista. Se não votar não terei de quem ou para quem reclamar. Vou me esforçar para acertar, e sob nenhuma hipótese ausentar-me-ei de participar do processo eleitoral.

Não é que eu tenha grandes esperanças de que vai mudar da água para o vinho, pois não vai. Essa esculhambação em que virou nosso país foi construída durante muitas décadas. Não vai ser do dia para a noite, como por um passe de mágica, que isso vai ser consertado. Vai ser necessário tempo, paciência e atitude para que a mudança aconteça.

E começa aqui no andar de baixo, na sociedade, que é onde são originados todos os comandantes da pátria. Ou alguém acha que esses caras que nos causaram todos os problemas que atravessamos caíram do céu?

Gabamo-mos de ser um povo bom, pacífico e alegre. Alegre, sim, mas estamos longe de ser gente boa, como diz a ONU, que concluiu em um estudo feito há poucos anos, que o Brasil é um país corrupto e violento.

Não esperemos milagres com o resultado dessa eleição, pois a mudança na proporção que o país precisa não acontece com a eleição de meia dúzia ou de salvadores da pátria.

Para começo de conversa, a mudança tem que começar dentro de cada cidadão para extender-se por toda a sociedade. Não se conhece outra forma de mudar com profundidade.

Não precisamos de mudanças de leis ou de novas leis, porque já temos muitas. São mais de 180 mil. O que necessitamos, parafraseando John Kennedy, é pensar o que podemos fazer por nosso país, em vez de pensar somente no que nosso país pode fazer por nós. Isso passa por mudança de atitude.

Se voto apenas por consciência, sem esperar nenhum benefício pessoal em troca, tenho o direito de cobrar quem recebeu o meu voto. E precisamos aprender a cobrar, porque temos o péssimo hábito de bajular políticos que se elegem, como se fossem deuses, em vez de cobrar que cumpram suas obrigações. Político é empregado do povo, e assim que devemos tratá-los.

Políticos devem ser tratados com o respeito que merecem pelos cargos que ocupam e como serem humanos, porém, como servidores públicos que são, não como grandes prestadores de favores para o povo, pois por melhor que façam, é para isso que são eleitos.

Não deixe de participar da eleição, votando com consciência.

Jota Parente

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