segunda-feira, abril 09, 2018

Melhor não falar, para não magoar Jatene

Depois do assassinato de mais dois policiais em Belém, desde a tarde de hoje já foram mortas nove pessoas, conforme a imprensa da capital.

Há pouco, no Jornal Liberal, 2ª edição, a notícia foi veiculada, quando o saldo de mortos desde a tarde ainda era de sete. Mas, no Portal ORM, da empresa dona de O Liberal, não tem uma linha sobre o acontecido.

Em tempos de internet em tempo real, soa, no mínimo, estranho, que se procure essa informação no referido portal, sem que se encontre.

Deve ser para não magoar Simão Jatene, o governador apoiado pela ORM, que decidiu permanecer no cargo, e que tem provado ser impotente para dar alguma resposta efetiva ao povo paraense a respeito dessa violência desenfreada.

Aliás, a violência no estado Pará vai ser um prato cheio na eleição de outubro, o qual deverá ser amplamente explorado por todos os adversários do ungido por Jatene, Márcio Miranda.

Desde o primeiro governo de Simão Jatene, em 2003, portanto, lá se vão 15 anos, a violência só tem piorado em todo o Estado.

Não começou com ele, mas, piorou bem nos quatro anos que ficou à frente do Executivo.

Ana Júlia elegeu-se prometendo dar um jeito, mas, continuou piorando.

Em 2010 elegeu-se novamente governador Simão Jatene, e no cardápio das promessas estava o combate à violência. Porém, nesses mais de sete anos do segundo mandato, a situação piorou, e muito.

Hoje, o Pará é o Rio de Janeiro do Norte e do Nordeste. Em nenhum estado fora do Rio, mata-se tanto quanto no Para que é, também, o segundo no índice de assassinatos de policiais militares.

A população gostaria de saber, porque o Pará e outros estados não usam os recursos que o governo federal disponibiliza para melhorias na segurança pública, segundo informações de Brasília. Aqui no Estado, a gente quer saber porque Jatene não usa tal verba.

O governo paraense continua inerte, e os cidadãos do Estado se defendem como podem,  pois a polícia, seja lá porque motivo seja, não consegue proteger nem a si.

No horário político e no palanque, cada candidato apresentará a solução para o problema, muitas delas, mágicas.

O que falta, dirão os candidatos, são programas sociais que deem esperanças às crianças que vivem em ambientes onde predomina a violência. Claro, isso é verdade, e deve fazer parte de um projeto de médio e longo prazos, mas, médico não receita chazinho para combater infecção braba; passa antibiótico pesado. Logo, o primeiro passo é o combate duro e efetivo, aliado à implantação de programas sociais aludidos acima.

O que falta mesmo é vergonha na cara dos nossos governantes, os de ontem, os de hoje e, provavelmente os de amanhã, para dar prioridade para o que é prioritário, como é o caso de combate à violência; o que falta mesmo é vergonha na cara da gente, que ainda se apaixona por candidatos e continua votando em maus políticos, com o coração, em vez de votar com a razão, sejam eles, corruptos, ou, apenas incompetentes.

Enquanto isso, vamos continuar acompanhando a evolução dos números de assassinatos de hoje na capital do Estado. 

E o Diário do Pará, em tom irônico pergunta em sua manchete: será mais uma chacina?

É mais uma das muitas que já houve, e das que virão.

Gosto de lembrar do saudoso colunista do então centenário jornal dos Diários Associados, A Província do Pará, comendador Mário Sobral, que dizia sempre em situações como essa: Valha-nos quem? 

Jota Parente

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