Quando se estabeleceu aqui em
Itaituba no início da década de oitenta, a fábrica de cimento da Caima, hoje
Itacimpasa, era vista como um marco na economia do município, pois o projeto
era de uma indústria moderna e com capacidade de produzir mais de um milhão de
sacos de cimento ao mês, o que teoricamente deveria aumentar a arrecadação de
receitas do município e gerar empregos para a população, mas, ao logo dos anos vieram as
decepções com esse empreendimento.
Construída com incentivos
fiscais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a SUDAM, a fábrica passou um longo
tempo com suas obras paradas, e enquanto isso o calcário extraído aqui em
Itaituba era levado de balsa para ser industrializado noutra fábrica do grupo,
em Manaus, gerando riquezas bem longe daqui.
Quando finalmente a fábrica
estava pronta para entrar em funcionamento, veio a jogada política que deu a
famosa renúncia fiscal a todos os tributos, taxas e alvarás que deveriam ser
cobrados pelo município.
O período dessa renúncia
fiscal começou em novembro de 2000 e tem validade de vinte cinco anos. Esses
benefícios ainda foram estendidos a todas as empresas prestadoras de serviços
para a CAIMA, e como compensação a essas benesses, o preço do cimento fabricado
e vendido no mercado local passou a ser o mais caro da região.
Por causa disso a fábrica de
cimento Itacimpasa passou a ser vista pela população como uma empresa que só
quer se beneficiar do bem mineral do município, sem oferecer as
contrapartidas sociais que se esperava da empresa.
Essa conflituosa relação de
interesses chegou ao auge com os constantes atrasos de pagamentos dos
funcionários e fornecedores da fábrica, o que acabou culminando com a
paralisação de sua atividade produtiva. E com a fábrica parada, estado e
município deixam de arrecadar impostos, e centenas de trabalhadores passaram a viver a incerteza de
retornar ou não aos seus empregos.
Nesse ritmo de decadência
administrativa em que a Itacimpasa se encontra, o calcário extraído em Itaituba
pode voltar a ser industrializado em Manaus, e o município pode passar da
condição de produtor de cimento, para importador desse produto.
Jornalista Weliton Lima – comentário do Focalizando
de hoje, 11/01/2018
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