quinta-feira, janeiro 11, 2018

A crise da Itacimpasa, resultado da má gestão

Quando se estabeleceu aqui em Itaituba no início da década de oitenta, a fábrica de cimento da Caima, hoje Itacimpasa, era vista como um marco na economia do município, pois o projeto era de uma indústria moderna e com capacidade de produzir mais de um milhão de sacos de cimento ao mês, o que teoricamente deveria aumentar a arrecadação de receitas do município e gerar empregos para a população, mas, ao logo dos anos vieram as decepções com esse empreendimento.

Construída com incentivos fiscais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a SUDAM, a fábrica passou um longo tempo com suas obras paradas, e enquanto isso o calcário extraído aqui em Itaituba era levado de balsa para ser industrializado noutra fábrica do grupo, em Manaus, gerando riquezas bem longe daqui.

Quando finalmente a fábrica estava pronta para entrar em funcionamento, veio a jogada política que deu a famosa renúncia fiscal a todos os tributos, taxas e alvarás que deveriam ser cobrados pelo município.

O período dessa renúncia fiscal começou em novembro de 2000 e tem validade de vinte cinco anos. Esses benefícios ainda foram estendidos a todas as empresas prestadoras de serviços para a CAIMA, e como compensação a essas benesses, o preço do cimento fabricado e vendido no mercado local passou a ser o mais caro da região.

Por causa disso a fábrica de cimento Itacimpasa passou a ser vista pela população como uma empresa que só quer se beneficiar do bem mineral do município, sem oferecer as contrapartidas sociais que se esperava da empresa.

Essa conflituosa relação de interesses chegou ao auge com os constantes atrasos de pagamentos dos funcionários e fornecedores da fábrica, o que acabou culminando com a paralisação de sua atividade produtiva. E com a fábrica parada, estado e município deixam de arrecadar impostos, e centenas de trabalhadores passaram a viver a incerteza de retornar ou não aos seus empregos.

Nesse ritmo de decadência administrativa em que a Itacimpasa se encontra, o calcário extraído em Itaituba pode voltar a ser industrializado em Manaus, e o município pode passar da condição de produtor de cimento, para importador desse produto.


Jornalista Weliton Lima – comentário do Focalizando de hoje, 11/01/2018

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