sexta-feira, dezembro 15, 2017

Itaituba, nossas diferenças nos aproximam

Resultado de imagem para fotos aéreas de Itaituba Desembarquei aqui no dia 24 de outubro de 1988, com a ideia de ficar por um ano, prorrogável, no máximo, por mais um. Mas, gostei tanto, que estou aqui até hoje, e não tenho a menor intenção de trocar de ares.

Vim de Santarém, cidade tão perto, mas, tão diferente em muitas coisas. Cidade fundada no Século XVII, quase dois séculos antes de Itaituba tornar-se uma unidade municipal, Santarém é muito tradicionalista, defendendo com ardor suas tradições.

Itaituba, a partir da segunda metade da década de 1970, e de forma acentuada a partir do início da década de 1980, perdeu a condição de pacata província do Tapajós, para transformar-se numa efervescente e heterogênea comunidade, cuja economia, da noite para o dia, com o boom do ciclo do ouro, trouxe para cá, brasileiros de todos os rincões.

Vim, como fizeram milhares de pessoas, em busca de um ganho melhor, mas, diferente de quem nunca fincou suas raízes, as minhas foram ficando cada vez mais profundas, é o tempo só fez torna-las cada vez mais fortes.

Fiquei porque gostei dessa combinação de pessoas tão diferentes, do Norte, do Nordeste, do Sul, do Centro Oeste e do Sudeste, com costumes diferentes, que aqui se misturaram, amalgamando o que hoje temos como povo de Itaituba.

Quanto a nossa origem, fazemos parte de uma comunidade formada por gente tão diferente, que cresceu desordenada, mas, passada a euforia da febre do ouro, começamos a ficar muito parecidos, enquanto povo, fruto desse caldeirão cultural de diferentes matizes.

Fiquei aqui porque adotei esta terra como a minha segunda casa e porque fui generosamente acolhido por ela, de onde não tenho planos para sair.

Como radialista e jornalista, jamais falaria mal de ti. Faço críticas sobre problemas que vejo, sempre com a intenção de vê-los resolvidos para que sejas cada vez mais, um lugar aconchegante para se viver. E, modestamente, dentro das minhas possibilidades, tenho me esforçado para fazer minha parte nesse demorado processo de desenvolvimento, que muitos insistem em confundir com crescimento desordenado, desprovido de qualquer tipo de planejamento.

Por tudo isso, eu te amo, Itaituba!

Jota Parente

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