
Vim de Santarém, cidade tão perto, mas, tão
diferente em muitas coisas. Cidade fundada no Século XVII, quase dois séculos
antes de Itaituba tornar-se uma unidade municipal, Santarém é muito
tradicionalista, defendendo com ardor suas tradições.
Itaituba, a partir da segunda metade da década de 1970, e de forma acentuada a partir do início da década de 1980, perdeu a condição de pacata província do Tapajós, para transformar-se numa efervescente e heterogênea comunidade, cuja economia, da noite para o dia, com o boom do ciclo do ouro, trouxe para cá, brasileiros de todos os rincões.
Vim, como fizeram milhares de pessoas, em busca de
um ganho melhor, mas, diferente de quem nunca fincou suas raízes, as minhas foram
ficando cada vez mais profundas, é o tempo só fez torna-las cada vez mais fortes.
Fiquei porque gostei dessa combinação de pessoas
tão diferentes, do Norte, do Nordeste, do Sul, do Centro Oeste e do Sudeste,
com costumes diferentes, que aqui se misturaram, amalgamando o que hoje temos
como povo de Itaituba.
Quanto a nossa origem, fazemos parte de uma
comunidade formada por gente tão diferente, que cresceu desordenada, mas, passada
a euforia da febre do ouro, começamos a ficar muito parecidos, enquanto povo,
fruto desse caldeirão cultural de diferentes matizes.
Fiquei aqui porque adotei esta terra como a minha
segunda casa e porque fui generosamente acolhido por ela, de onde não tenho
planos para sair.
Como radialista e jornalista, jamais falaria mal de
ti. Faço críticas sobre problemas que vejo, sempre com a intenção de vê-los
resolvidos para que sejas cada vez mais, um lugar aconchegante para se viver.
E, modestamente, dentro das minhas possibilidades, tenho me esforçado para
fazer minha parte nesse demorado processo de desenvolvimento, que muitos
insistem em confundir com crescimento desordenado, desprovido de qualquer tipo
de planejamento.
Por tudo isso, eu te amo, Itaituba!
Jota Parente
Nenhum comentário:
Postar um comentário