segunda-feira, novembro 20, 2017

Os números impressionantes do trânsito louco de Itaituba

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Matéria de capa da edição 235

O trânsito em Itaituba transformou-se em um problema de saúde pública que tem custado muito caro para o contribuinte, pois a principal unidade de saúde do município, o Hospital Municipal, despende grande parte dos recursos do serviço público de saúde no atendimento emergencial e no tratamento de pessoas traumatizadas por acidentes de trânsito, quando é possível ser tratado aqui, pois é grande o número de casos em que é necessário transferir para Santarém. E agora, com a mudança na regulação, muitos traumatizados cujo atendimento não requer urgência tem que ficar aqui esperando que surja vaga no Hospital Regional do Baixo Amazonas.
            Em janeiro de 2016 o Jornal do Comércio, na edição 214, publicou uma matéria com detalhes da realidade do trânsito em Itaituba no decorrer de 2015, matéria essa que foi repercutida na Câmara Municipal pelo vereador Peninha, que sensibilizado com os números estarrecedores propôs a realização de uma audiência pública, que levou muita gente à sede do Poder Legislativo.
            Embora alguns meses após a audiência pública tenha diminuído o número de acidentes, de traumatizados e de mortes, depois do susto o problema foi agravado, subindo de 42 mortes em 2015 para 44 mortes em 2016, em 481 acidentes.
Chegou-se em 2015 ao impressionante número de 3.400 pessoas atendidas no Hospital Municipal de Itaituba por conta de acidentes de trânsito. Já em 2016 o HMI atendeu a 3.427 acidentados de trânsito, tendo acontecido 336 acidentes na cidade.
            A média de 2017 até o mês de outubro estava maior do que a do ano passado, ficando em 3,7 mortes por mês, contra 3,66 do ano passado. Se essa média continuar, o número de óbitos por causa de acidentes de trânsito chegaria, pelo menos, aos mesmos 44 de 2016, ou, poderia alcançar 45 mortes. Até o dia 14 de novembro, o número de atendimentos por acidentados no trânsito no HMI foi de 3.164.
            Houve uma considerável redução na quantidade de acidentes por conta das ações ostensivas dos órgãos de trânsito com apoio da Polícia Militar. Detran e Comtri colocaram seus efetivos nas ruas, realizando muita blitz, e circulando nos seus veículos mostrando a cara.
            Quando Comtri e Detran estão fazendo blitz à noite, que é o período do dia em que aumenta o número de irresponsáveis conduzindo de qualquer maneira, com documentação atrasada, do veículo e a CNH, ou sem documento nenhum, ou alcoolizados, as ruas ficam desertas.
            É óbvio que não há condições de serem realizadas blitz todos os dias, mas, além de elas prosseguirem, que os agentes de trânsito sejam mais vistos circulando. E com a finalização do processo de celebração de convênio entre o Detran e o município, que vinha se arrastando há alguns anos, Comtri e Detran vão trabalhar em igualdade de condições, pois os dois órgãos poderão atuar, um dentro da competência do outro.
            Em Itaituba, tem gente mau caráter que avisa nos grupos de WhatsApp quando alguma ação está sendo feita para que os irresponsáveis não saiam de casa em seus veículos. Essas pessoas de má índole prejudicam o trabalho, à guisa de ajudar algum conhecido para não ser multado. E o pior é que tem sido visto gente considerada de bem fazendo isso. Agora, a polícia está monitorando, e quem for flagrado pode ser denunciado.
            O comando do Detran, de Belém, mandou para Itaituba uma força tarefa composta de 25 agentes de trânsito para fazer uma operação de duas semanas intitulada Lei Seca. Era para ser um período de relativa paz no trânsito, porque muita gente, presumivelmente, ficaria em casa.
            Embora essa ação seja válida e possa deixar bons resultados – pelo menos é o se espera – tem alguma coisa muito errada no desenvolvimento do trabalho do Detran, em Itaituba, que precisa ser consertado, e não é problema novo, pois faz muitos anos que os inadimplentes em Itaituba são maioria há anos seguidos. Então, se todo mundo sabe disso, porque o governo do Pará não se empenha em baixar drasticamente esse percentual, posto que isso causa um enorme prejuízo aos cofres do Estado?
            Não é tão difícil de entender porque isso acontece, pois, os motivos saltam aos olhos de quem observa. A começar pelas dependências da sede do Detran em Itaituba, completamente sem condições de atender à demanda pelos serviços do órgão. Outra questão diz respeito ao número de servidores, que são insuficientes, e sem que outra sede seja construída, não adianta mandar para Itaituba mais ninguém porque não terá onde trabalhar. Por último, a questão dos agentes do Detran, que passam muito tempo prestando serviços em outros municípios, deixando o trabalho local descoberto.

Os números do trânsito louco de Itaituba

            Num final de semana de blitz pesada, nos dias 4 e 5 de novembro, juntando com uma ocorrência do final da manhã de segunda-feira, (06), somaram-se seis acidentes, um deles com uma vítima falta na Estrada do 53º BIS e outro com duas vítimas com traumatismos, acidente esse provocado por um condutor embriagado, que já havia sido retido em uma blitz, sendo conduzido até a 19ª Seccional de Polícia Civil, onde pagou fiança e saiu alegre e faceiro, com outro condutor levando seu carro, para algumas horas depois ele bater em uma moto, deixando duas pessoas gravemente feridas.
            A população já nem mais se assusta quando ouve o som das sirenes das ambulâncias do Corpo de Bombeiros ou do SAMU, de tão frequente que é o acionamento delas por conta de acidentes de trânsito. Há momentos em que as duas são chamadas ao mesmo tempo, deixando descobertos outros tipos de atendimentos.
            Os números são impressionantes. Se não, vejamos: em 2015, de acordo com relatório enviado pelo 7º Grupamento de Bombeiros Militar de Itaituba, a pedido do Jornal do Comércio, aconteceram 481 acidentes de trânsito dos mais diversos tipos, dos quais alguns chamam atenção pelo elevado número. É o caso de quedas de motos e outros similares, que somaram 146; acidentes envolvendo carro e moto totalizaram 131; colisão entre motos também teve um número assustador, ficando em 109 e moto e pedestre, 44 ocorrências. Também chama atenção o baixo número de colisões entre carros, que foram apenas seis em 2015. Totalizando 481 acidentes com 42 os óbitos. Os atendimentos no HMI totalizaram 2.897.
            Em 2016 aconteceram oito colisões entre carros, 95 acidentes envolvendo carros e motos, 72 colisões entre motos, 20 atropelamentos de pedestres por motocicletas e 74 quedas de moto, totalizando 336 ocorrências. Os óbitos: 44 vítimas fatais, e 3.427 pessoas atendidas no Hospital Municipal. sendo que houve menos acidentes e mais mortes.
            No ano em curso, até o momento do fechamento desta edição, dia 14 de novembro, tinham acontecido 445 acidentes, com 37 mortes no trânsito. Apenas duas colisões entre carros, 98 colisões entre carros e motos, 85 choques entre motos, 11 atropelamentos de pedestres por carros, 12 atropelamentos de ciclistas por carros, 11 atropelamentos de pedestres por motocicletas e 108 quedas de moto e 3.164 atendimentos no HMI.
            Nas últimas semanas, depois da morte do sargento PM Carlos Araújo, vítima de acidente de trânsito, as operações dos órgãos locais, Comtri e Detran foram intensificadas. Além disso, houve uma grande operação de uma força tarefa do Detran de Belém que realizou a operação Lei Seca, que tirou muitos irresponsáveis de circulação.
Como resultado, excetuando um final de semana atípico, foi a diminuição do número de acidentes e, principalmente de mortes no trânsito. E depois do caso do motorista que foi retido em uma blitz, foi conduzido para a 19ª Seccional, tendo pago fiança, e pouco depois bateu numa moto ferindo com gravidade duas pessoas, a Polícia Civil endureceu o tratamento a outros motoristas flagrados na mesma situação.

De sexta-feira para sábado da semana passada, nove pessoas, todas do sexo masculino, que beberam e foram dirigir, tendo sido pegas pelo Detran, permaneceram na delegacia até sábado de manhã, o que evitou que o problema anterior pudesse se repetir. E entre os que foram apanhados no teste do bafômetro estavam algumas pessoas bem conhecidas. Uma delas chegou a ligar para o prefeito Valmir Climaco, por ser muito próxima a ele, mas, Valmir não interferiu no trabalho de combate aos que bebem e vão dirigir, exemplo que seria muito bom ser seguido por pessoas que ocupam cargos públicos e tentam liberar carros ou motos apreendidos por algum tipo de irregularidade.

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