Vereador Wescley Tomaz |
Foi
mais de uma hora de discussão acalorada, às vezes, com tom acima do recomendado,
principalmente de parte do autor do projeto, que o defendeu com alguma dose de
exagero e radicalismo em alguns momentos.
Vereador Davi Salomão |
O
local reservado para o público ficou completamente tomado, principalmente por
estudantes de escolas de segundo grau, que foram convidados pelo vereador autor
do projeto, que visava aprovar a cedência de espaço de escola pública municipal,
a Escola Castelo Branco, para uma faculdade particular de Parauapebas, a FAMAP,
de Parauapebas.
Havia,
também, além do diretor da FAI, professor Abel Sá, professores da rede pública
de ensino.
Inicialmente
foi lido o parecer do relator, vereador Peninha, que apresentou suas
justificativas para manifestar-se contrário ao PL.
O
vereador e advogado Davi Salomão preferiu ler, ele mesmo, a decisão da votação
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, apresentando o parecer
substanciado por várias citações de leis ou de decisões de tribunais superiores
para corroborar a decisão da comissão, contrária à aprovação da matéria.
Davi
ressaltou, conforme já havia feito ontem, que faltava o princípio da
impessoalidade ao projeto, que deveria dar ao Poder Executivo, autorização para
celebrar contratos em regime de comodato com qualquer instituição, não, designando
determinada faculdade, como está escrito nesse PL 083/2017.
Depois
disso começou a discussão interminável do projeto, que teve alguns atos
inusitados, como quando o vereador Wescley Tomaz, levantou-se muito exaltado
para manifestar sua contrariedade com o andamento das discussões.
O
vereador do PSC rasgou em plenário, os pareceres jurídicos que obteve da
prefeitura e da Câmara, dizendo que sendo assim, já que seus argumentos munidos
dos pareceres não tinham sido levados em conta, ele estava rasgando ambos,
porque não valiam nada.
O
vereador Peninha disse, depois, que seu colega havia se excedido em sua ação de
rasgar os pareceres no plenário, o que motivou Wescley a pedir desculpas alguns
instantes após o ocorrido.
O
vereador Wescley Tomaz, diante da presença do diretor da FAI, professor Abel
Sá, insistiu na afirmativa de que já houve precedente em Itaituba, quando no
governo de Wirland Freire foi aprovada uma lei semelhante, que beneficiou a
própria FAI, como disse Wescley sua entrevista coletiva, semana passada.
Dirceu
Biolchi foi o único vereador, além do próprio autor, que se levantou para defender
o projeto de lei, mas, sua defesa careceu de consistência, porque fez algumas
comparações sem nenhum fundamento, como o de que o governo federal celebra
parcerias públicos privadas, além de outras.
O
vereador Diego Mota justificou seu voto contra, ressaltando que sempre teve um
bom entendimento com Wescley, e que não se tratava nada de pessoal; em seguida,
Daniel Martins também falou da boa intenção de seu colega, mas, que não havia
como votar a favor, por conta da inconsistência do projeto.
Após
muita discussão, o presidente João Bastos Rodrigues decidiu colocar o parecer
do projeto em votação.
Dez
vereadores, Davi Salomão, Peninha, Diego Mota, Antônia Borroló, Maria Pretinha,
Daniel Martins, Manoel Dentista, Raimison Abreu, José Belloni e Dadinho
Caminhoneiro votaram pela rejeição do projeto.
Wescley
Tomaz, Dirceu Biolchi e Júnior Pires votaram a favor.
O
único ausente na sessão foi o vereador Nem, de Miritituba.
Assim,
o PL 083/2017 foi rejeitado.
O
Projeto de Lei 083/2017 foi rejeitado, em boa parte, pela intransigência de seu
autor, que não acatou sugestões de colegas para que o retirasse de pauta e o
refizesse.
Ele
preferiu bater de frente, contra tudo e contra todos, ficando de bem com parte
do alunado que cursa o Ensino Médio em escolas públicas, mas, ficando contra a
maioria dos seus colegas, contra as faculdades locais e contra outros setores
da sociedade que haviam se manifestado contra.
Wescley,
na condição de pré-candidato a deputado estadual, talvez tenha visado fazer um
agrado ao vice-governador Zequinha Marinho, que tendo participação, ou não, na
FAMAP, pediu para que ele se empenhasse para que a mesma se estabelecesse em
Itaituba.
Por
fim, é importante ressaltar que defender um ponto de vista com firmeza, pode
ser uma virtude, ou um defeito.
Nesse
caso, a defesa radical feita pelo vereador, não se demonstrou virtuosa, apenas,
teimosa e fadada ao fracasso, como ocorreu hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário