quinta-feira, setembro 07, 2017

PF acha digitais de Geddel nas notas encontradas em 'bunker'

Digitais dele colhidas no apartamento onde houve a busca estavam impressas no próprio dinheiro

BRASÍLIA (O Globo) - Novos indícios reunidos pela Polícia Federal (PF) reforçam a associação dos R$ 51 milhões a Geddel Vieira Lima e complicam ainda mais a situação do ex-ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer. A PF elencou quatro novas situações que colocam Geddel numa posição delicada:

1) as digitais do ex-ministro colhidas no apartamento onde houve a busca estavam impressas no próprio dinheiro e material que acondicionava as notas;
2) uma segunda testemunha ouvida após a operação policial confirmou que o espaço havia sido cedido a Geddel, corroborando o que disse o dono do imóvel;

3) uma segunda pessoa é suspeita de auxiliar o político baiano na destinação das caixas e malas de dinheiro;

4) a PF identificou risco de fuga depois da revelação da história da maior apreensão de dinheiro vivo já registrada no Brasil.

A origem dos R$ 51 milhões ainda permanece misteriosa. A suspeita da PF é que parte do dinheiro se trata de propinas para viabilizar a liberação de crédito do FI-FGTS a empresas. Geddel é suspeito de receber R$ 20 milhões em propinas. O peemedebista foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff. Ele também foi ministro no governo Lula.


O caso é analisado na Justiça Federal em Brasília. O ex-ministro foi preso preventivamente em 3 de julho dentro da Operação Cui Bono, suspeito de atrapalhar investigações. Ele obteve o direito de cumprir prisão domiciliar, determinada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Geddel deixou o Presídio da Papuda, em Brasília, no dia 13 de julho, e segue em seu apartamento em Salvador sem tornozeleira eletrônica. O dispositivo está em falta na secretaria de administração penitenciária da Bahia.


Os fatos novos, surgidos na Operação Tesouro Perdido, que apreendeu os R$ 51 milhões, podem motivar uma nova prisão de Geddel, independentemente do benefício obtido no TRF. Para isso, a PF ou o MPF podem fazer pedido nesta direção à Justiça Federal em Brasília.

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