BRASÍLIA (O Globo) - Novos
indícios reunidos pela Polícia Federal (PF) reforçam a associação dos R$ 51 milhões a Geddel Vieira Lima e complicam ainda
mais a situação do ex-ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel
Temer. A PF elencou quatro novas situações que colocam Geddel numa
posição delicada:
1) as digitais do ex-ministro colhidas no apartamento onde houve a busca
estavam impressas no próprio dinheiro e material que acondicionava as notas;
2) uma segunda testemunha ouvida após a operação policial confirmou que
o espaço havia sido cedido a Geddel, corroborando o que disse o dono do imóvel;
3) uma segunda pessoa é suspeita de auxiliar o político baiano na
destinação das caixas e malas de dinheiro;
A origem dos R$ 51 milhões ainda permanece misteriosa. A suspeita da PF é que parte do dinheiro se trata de propinas para viabilizar a liberação de crédito do FI-FGTS a empresas. Geddel é suspeito de receber R$ 20 milhões em propinas. O peemedebista foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff. Ele também foi ministro no governo Lula.
O caso é analisado na Justiça Federal em Brasília. O ex-ministro foi
preso preventivamente em 3 de julho dentro da Operação Cui Bono, suspeito de
atrapalhar investigações. Ele obteve o direito de cumprir prisão domiciliar,
determinada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Geddel deixou o
Presídio da Papuda, em Brasília, no dia 13 de julho, e segue em seu apartamento
em Salvador sem tornozeleira eletrônica. O dispositivo está em falta na
secretaria de administração penitenciária da Bahia.
Os fatos novos, surgidos na Operação Tesouro Perdido, que apreendeu os
R$ 51 milhões, podem motivar uma nova prisão de Geddel, independentemente do
benefício obtido no TRF. Para isso, a PF ou o MPF podem fazer pedido nesta
direção à Justiça Federal em Brasília.
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