sexta-feira, setembro 22, 2017

O contador não deve ser encarado só como uma despesa a mais

            Artigo do contador Zadoque Freitas
Eu sempre gosto de comentar logo no início da conversa com o meu cliente, que todo o processo de organização contábil, e até na dinâmica da constituição do negócio, você já depende da assinatura do contador. Até para abrir uma conta bancária você tem que ter assinatura desse profissional.
Às vezes, não se quer valorizar o profissional quando se trata da questão de honorários de serviços contábeis; então, eu alerto muito quanto a esse posicionamento, a esse ponto de vista, para que deem, de fato, a devida credibilidade para o profissional contador.
O contador tem uma responsabilidade muito grande sobre o processo organizacional; a partir do momento que ele assina por uma empresa, já está assumindo uma responsabilidade muito grande diante daquela gestão. Hoje, a Receita Federal exige que seja feita a transmissão de informações, anualmente, por parte desses profissionais. É um sistema em que os profissionais da contabilidade tem que informar as situações financeiras em relação a seus clientes, aquilo que foi feito, a evolução patrimonial, etc...
Em se tratando de responsabilidade, não é simplesmente você pegar uma empresa e contabilizar, assinar e repassar qualquer realidade para o cliente; você tem que ter ética, compromisso, dignidade, porque são informações que não são apenas para armazenar no computador.
Às vezes acontece de o contador ter o conhecimento que apenas o empresário tem, que nem mesmo sua esposa tem; esse conhecimento que uma pessoa responsável pela empresa tem, conhecimento esse determinante na vida da empresa, tem que ser lidado com responsabilidade. Os empresários repassam informações relevantes para o profissional, e isso já aconteceu comigo, de o cliente ao comprar determinados bens, me ligar para saber se eles podem realmente comprar aquele bem. Então isto também faz parte da responsabilidade do contador, de conhecer a empresa, de estar com ela na palma da mão.
 Se você prestar, de propósito, uma informação errada, mentirosa para o fisco, para os órgãos governamentais, o que pode acontecer com quem é um profissional da contabilidade? Com certeza, ocorre punição, podendo chegar à cassação do próprio registro no Conselho Regional de Contabilidade.
Acontece muito de serem fornecidas informações mentirosas, quando se trata de relação de faturamento para fim de financiamentos bancários. O cidadão chega e pede uma relação de faturamento dos últimos 12 meses, divergente daquilo que nós contabilizamos, fora da realidade fiscal. Então, se eu registrei fiscalmente uma média dos últimos 12 meses de forma real, faturamento de um milhão, por exemplo, e o cidadão quer que eu coloque três milhões, eu estou prestando uma informação mentirosa.
O banco aceita porque tem a minha assinatura; sou corresponsável por aquilo, mas, se houver uma auditoria bancária e determinar que aquela empresa, de fato, não fatura aquilo tudo, eu posso ser chamado para responder e posso até ser cassado.
Uma outra questão diz respeito ao lucro real. Hoje, em Itaituba, ainda são poucos os empresários que estão optando pelo lucro real. O lucro real é uma das opções tributárias que algumas pessoas até querem participar, porém, ainda existe um medo muito grande por parte dos empresários pelo fato de achar que o fisco vai estar fiscalizando de forma mais direcionada.
Atualmente, o fisco está direcionando a fiscalização para todos os níveis tributários, tanto do Lucro Presumido quanto do Lucro Real. Então, se você vai trabalhar correto, no lucro real tem que fazer tudo certinho em todos os âmbitos tributários, em todos os níveis.
De tudo que foi dito, conclui-se que o empresário deve ver o contador que cuida de sua empresa como um parceiro importante para a condução do seu negócio dentro da legalidade, em vez de olhá-lo como apenas uma despesa a mais no final do mês, como infelizmente ainda pensam alguns.
Zadoque Freitas

Contador – Zadoque Contabilidade

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