segunda-feira, setembro 04, 2017

Deputado Joaquim Passarinho sobre queima de maquinas: "Não se combate crime, praticando outro crime"

      Foram muitas as falas, quase todas pertinentes, mas, algumas, quase repetição de outras, tratando de modo particular das agressivas ações de fiscalização do Ibama, que virou inimigo número um da classe garimpeira. As críticas a esse órgão tornaram-se recorrentes, ao passo que o ICMBio mereceu tratamento diferente.
            Presente à mesa redonda, o ICMBio foi elogiado pela maneira como tem tratado as questões relativas à sua competência, conversando com a comunidade, ao passo que de parte do Ibama, como foi amplamente repetido, não existe disposição para o diálogo.
            Quando conversou com imprensa, tratando do problema da morosidade do DNPM na legalização de áreas de garimpo, o deputado Joaquim Passarinho disse que falta vontade política e recursos.
Foto: JParente
“Falta vontade política. Não adianta nada ter só um escritório aqui, tendo somente uma funcionária, que não tem um carro para fiscalizar e que não tem gente para fazer andar os processos. É só diminuir um pouco as despesas lá em Brasília e trazer para cá. Deve diminuir a despesa em Belém, porque não há garimpo em Belém, não tem ouro na capital, então, tira um pouco desse recurso e traz aqui para a ponta, para que a gente possa diminuir esse passivo de mais de dez mil processos, como foi colocado aqui.
É humanamente impossível um funcionário dar conta. Eu repito que precisamos ter vontade política para resolver isso. Tanto é verdade que passa pela vontade política, que queriam tirar o escritório do DNPM daqui, o que não atingiria as grandes empresas, que podem ir a Belém e a Brasília tratar dos seus interesses, mas, o garimpeiro é atingido, porque não essa condição. Então, reafirmo que não defendo a ilegalidade, e acho que o próprio garimpeiro já sabe, hoje, que ele precisa trabalhar na legalidade; o que lhe falta são condições de se regularizar. Principalmente, se o DNPM não tiver, aqui, condições para fazer o seu trabalho” disse o deputado.
Questionado pela reportagem do blog do Jota Parente e do Jornal do Comércio sobre as ações fiscalizatórias que culminam com a queima de equipamentos caros, como PCs e dragas, o deputado respondeu:
“Já disse que não defendo a ilegalidade. Acho que toda fiscalização é bem-vinda, mas, não se deve combater ilegalidade cometendo crime, e queimar patrimônio é crime; não só crime contra o patrimônio das pessoas que tem dificuldade para comprar, mas, também crime ambiental. Uma máquina dessas ao ser queimada, derrama combustível e polui o meio ambiente. Trabalhamos em municípios carentes, que precisam desse tipo de máquina.
Agora há pouco nós tivemos uma apreensão feita em Rio Maria, pela Polícia Federal, que apreendeu dezesseis PCs e nenhuma delas foi queimada; todas foram distribuídas entre as prefeituras da região, que vão usar em benefício daquela população que tanto necessita. Eu tenho um Projeto de Lei, desde o ano passado, o qual estamos trabalhando para fazê-lo andar, pois no Congresso isso não é fácil. Mas, vamos lutar para aprová-lo para acabar com esses absurdos de queimar equipamentos, porque isso é crime e o poder público não pode cometer crime”, finalizou o deputado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário