O diretor interino do Complexo Penitenciário Anísio
Jobim (Compaj), em Manaus, José Carvalho da Silva, foi afastado do cargo após
ter sido denunciado de participar de um esquema de corrupção no presídio, onde
receberia dinheiro da facção criminosa Família do Norte (FDN) para facilitar a
entrada de armas, drogas e celulares no presídio e também permitir fugas e
mortes. A denúncia foi divulgada hoje pela edição impressa do Jornal A Crítica e
pelo Portal A Crítica.
O afastamento do diretor foi confirmado pela
assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária
(Seap). Em nota, a Seap declarou que foi aberta uma sindicância para averiguar
o suposto envolvimento do diretor nas denúncias. Segundo a Seap, o diretor
ocupava desde julho de 2016 o cargo de diretor adjunto do Compaj e, depois,
assumiu como interino com a saída do diretor Ilson Vieira Ruiz, no dia 28 de
dezembro.
Entenda o caso
A acusação de corrupção envolvendo José Carvalho da
Silva estava em uma carta escrita a punho no dia 10 de dezembro de 2016 – 20
dias antes do massacre de 56 internos no Compaj. A carta foi assinada por dois
detentos – Alcinei Gomes da Silveira e Gezildo Nunes da Silva – que foram
assassinados na chacina do dia 1º de janeiro de 2017. O documento foi enviado
pela 2ª Defensoria Pública Especializada em Execução Penal para conhecimento do
Tribunal de Justiça do Amazonas no dia 14 de dezembro, duas semanas antes das
mortes, e anexado em um processo que tramita na Vara de Execuções Penais (VEP)
de Manaus.
No escrito, os detentos afirmam, em relatos
diferentes, que eram ameaçados de morte, e que mesmo com autorização da Justiça
de permanecerem em área segura do regime fechado – sob medida cautelar de
segurança, dois diretores do Compaj – incluindo José Carvalho da Silva – faziam
ameaças de retirá-los da região segura e colocá-los em uma ala “de risco”, onde
poderiam ser assassinados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário