O
jornalista da TV Globo Caco Barcellos foi agredido e impedido de cobrir um
protesto em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) nesta
quarta-feira (16).
Manifestantes
protestavam contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz
Fernando Pezão e que começou a ser debatido na Alerj nesta quarta.
O
apresentador do programa "Profissão Repórter" foi coagido a deixar o
protesto sob os gritos de "golpista" e "o povo não é bobo,
abaixo a Rede Globo". Enquanto se afastava, alguns manifestantes o seguiam
e atiravam garrafas de água.
O
jornalista chegou a ser atingido também por um cone de trânsito. Com escolta de
policiais, Barcellos entrou em um prédio e se escondeu.
Em
nota, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) repudiou as agressões "por
entender que representam também uma grave ameaça a liberdade de imprensa e ao
livre acesso a informação, assegurados pela legislação em vigor".
O
comunicado diz ainda que, horas antes, outro repórter foi agredido com um
pontapé e perdeu os óculos "ao escapar do grupo que o perseguia".
A
nota é assinada por Domingos Meirelles, presidente da ABI, que diz esperar que
episódios de violência como o ocorrido não se repitam "diante da péssima
repercussão que sempre produzem na imagem do país, onde o jornalismo no Brasil
é visto, no exterior, como uma atividade de risco."
E
finaliza: "A história tem mostrado como manifestações de intolerância
política contra órgãos de imprensa costumam sempre terminar."
Em
nota conjunta, também repudiaram as agressões a Abert (Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão), a Aner (Associação Nacional de Editores de
Revistas) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais).
"As
Associações consideram intolerável que todo e qualquer cidadão, em especial os
profissionais da comunicação, sofram ameaças ou agressões durante coberturas
jornalísticas. Impedir a atuação da imprensa é uma afronta ao direito
constitucional da sociedade de acesso às informações de interesse
público".
No
comunicado, Abert, Aner e ANJ pedem às autoridades do Rio a "apuração
rigorosa do ocorrido e a punição dos responsáveis".
A
Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), repudiando os
ataques, apelou aos manifestantes "que preservem o trabalho da
imprensa". A associação orienta ainda os repórteres a registrarem as
agressões junto à Polícia Civil, e pede que os agentes investiguem as
ocorrências.
"Aos
policiais militares, a Abraji pede que ajude os profissionais da imprensa a
fazerem a cobertura dos protestos com segurança", conclui.
(Folhapress)
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