Copeiras, médicos e procuradores também ganham supersalários. Lavador de carro, serviço já extinto, ganhou R$ 11 mil em outubro.
Funcionários
dos mais variados serviços da Câmara de São Paulo recebem salários acima do que
é considerado normal no mercado de trabalho. Em outubro, o salário bruto dos 24
manobristas foi de R$ 245 mil. Um dos profissionais recebeu no mesmo mês mais
de R$ 15 mil de salário bruto.
Dois
procuradores legislativos recebem, todo mês, R$ 62 mil cada um - R$ 40 mil
acima do teto para os funcionários municipais, que é o salário do prefeito.
O
SPTV analisou toda a folha de pagamento dos mais de dois mil funcionários da
Câmara Municipal de São Paulo no mês de outubro. As informações estão no Portal
da Transparência e foram confirmadas pela Câmara.
Procuradores - R$ 62
mil
Médicos - R$ 40 mil
Manobristas - R$ 15 mil
Engraxates - R$ 10,4 mil
Copeiras - R$ 9 mil a 13 reais
Ascensoristas - R$ 8,7 a 11 mil
Médicos - R$ 40 mil
Manobristas - R$ 15 mil
Engraxates - R$ 10,4 mil
Copeiras - R$ 9 mil a 13 reais
Ascensoristas - R$ 8,7 a 11 mil
No
Portal da Transparência há ainda um lavador de carro que ganhou em outubro R$
11 reais de salário bruto – o serviço nem existe mais. A Câmara confirma que
foi desativado, e que os funcionários foram realocados em outras funções.
“Essas funções muito
básicas elas não existem mais, mas eu não posso demiti-los porque eles são
estáveis pela constituição e aí acaba gerando essas distorções, mas que elas
são pontuais”, afirma Paulo Baccarin, secretário geral da Câmara.
Um
engraxate da Câmara ganha R$ 10,4 mil por mês. É um emprego tão bem remunerado
quanto o dos ascensoristas do elevador privativo dos parlamentares. No mês de
outubro o salário bruto dos 11 ascensoristas chegou a R$ 105 mil. Os valores
variam de R$ 8,7 a 11 mil.
Há também sete copeiras que no mês passado receberam
salários que variaram de R$ 9 mil a 13 reais. O serviço médico da Câmara também
paga supersalários. O médico chefe ganha
R$ 40 mil. Só em outubro os salários brutos dos médicos, enfermeiros e
dentistas que atendem os vereadores, os funcionários e os dependentes, passou
de R$ 821 mil.
Conseguir verba para cultura e esportes, entretanto, é
dificílimo. Em uma audiência pública acompanhada pela reportagem do SPTV,
trabalhadores protestavam contra os cortes feitos nas áreas.
Para Manoel Galdino, diretor executivo da Transparência
Brasil, falta controle e fiscalização do dinheiro público. “Não tem solução
mágica, a gente tem que dedicar tempo, tem que dedicar esforço e energia
politicamente para tentar contornar esse problema”, defende.
A Câmara Municipal de São Paulo disse que existem dois
motivos para salários acima do teto: podem ser de funcionários que trabalham há
muitos anos e acumularam benefícios, ou que exercem ou exerceram funções
gratificadas - o que também resulta em um contra-cheque mais gordo.
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