Faltando um mês para sentar na
cadeira de prefeito, Valmir conversou com a reportagem do blog do Jota Parente,
na tarde desta quinta-feira 30/11. Assuntos como transição de governo,
trabalhos emergenciais nos setores que receberá em condições mais críticas,
pedido de apoio ao governador Simão Jatene para construção um centro
administrativo em curto espaço de tempo, além de diversos outros, foram
tratados por Valmir nesse jogo rápido com o blog do Jota Parente.
Blog do JP – Está
acontecendo transição de governo? Se está, em que medida?
TRANSIÇÃO
Valmir – Olha, a gente enviou
um ofício para o atual governo, pedindo que houvesse a transição. Já
aconteceram duas reuniões, e mesmo devagar, está acontecendo. Ainda falta um
mês para terminar o governo, e a gente espera que esse trabalho continue e que
haja a transição completa.
Blog do JP – No Brasil,
há uma tradição que não é nada boa. Governantes que assumem costumam dizer que
precisam arrumar a casa. O senhor, no seu governo, vai arrumar a casa, ou
começará logo trabalhando?
Valmir – Ontem (terça-feira,
29), eu fiz uma reunião com os prováveis secretários e pedi que até o dia 20 de
dezembro, cada um deles me apresente uma agenda mínima de trabalho para
desempenhar a partir do dia 2 de janeiro.
Disse a eles, que cada tem que estar
preparado para começar a trabalhar a partir do dia 2 de janeiro. Não temos
tempo a perder com essa história de arrumar casa. Esses mais de 26 mil
eleitores que votaram na nossa chapa, acredita na gente. Esse povo não quer
saber dessa conversa de arrumar casa, que na maioria das vezes é conversa fiada
para enganar as pessoas.
Já no dia 2 de janeiro a gente quer
estar nas ruas, fazendo uma grande operação tapa-buracos, arrumando vicinais,
fazendo uma grande limpeza na cidade...
Falei para secretários e diretores,
que peguem as repartições ligadas a cada pasta, que estão espalhadas pela
cidade, para colocarem tudo em um só lugar, em prédios da prefeitura. Temos que
diminuir esse grande número de imóveis alugados. Temos que ir direto ao
assunto.
Porteira fechada, não!
Blog do JP – O blog
ficou sabendo que tem gente escolhida para secretário, que esperava receber sua
secretaria com “porteira fechada”. Ou seja: acreditava que poderia nomear todos
os seus assessores. Mas, esse não é o jeito Valmir, de governar...
Valmir – Na hora que eu
convido alguém para ser secretário, eu deixo bem claro, que para contratar até
um vigia, tem que passar por mim. Temos compromissos com alguns partidos
políticos que nos apoiaram, compromissos com a sociedade e temos que procurar
colocar pessoas capacitadas para assumir cada secretaria, mas, deixando
devidamente esclarecido que vamos ter que trabalhar muito próximos, esperando
que o secretário me ligue algumas vezes por dia, mas, sem abrir mão do controle
da máquina.
Por falar em máquina, a Prefeitura
de Itaituba tem um custo diário superior a R$ 350 mil, apenas com os servidores
municipais. A folha de pagamentos ultrapassa mais R$ 10 milhões por mês. A
administração tem a obrigação de oferecer condições para que os servidores
possam fazer bem o seu trabalho, do prefeito ao gari, mas, é necessário cobrar
que cada um desempenhe bem o seu cargo ou função.
Buraqueira na
Transamazônica
Blog do JP – O
perímetro urbano da Transamazônica, da baixa dos Queiroz até o Buriti, está
muito esburacado. Que providências pensa em tomar para evitar que fique
praticamente intrafegável, como já ficou?
Valmir – Eu tive uma reunião
na secretaria do DNIT, juntamente com os deputados Hilton Aguiar e Chapadinha.
O diretor do DNIT me disse, que o órgão irá recapear todo esse trecho urbano,
até o km 7. E garantiu que não será um trabalho quebra-galho, mas, pavimentação
com CBUQ, que é o asfalto para rodovia, que aguenta o tranco. Nós já colocamos
à disposição a estrutura que a prefeitura dispõe, para ajudar.
Enquanto isso não é feito, a
prefeitura vai providenciar uma operação tapa-buracos a partir do dia 2 de
janeiro. Espero que até lá tenha chegado asfalto.
Assim que o DNIT fizer o
recapeamento, nós vamos pedir ao governo federal, que passe o município a
responsabilidade pela manutenção desse trecho, ou seja, que o mesmo seja
municipalizado para que, dentre outras coisas, a gente possa ter um controle
sobre essas construções que estão sendo feitas praticamente em cima da rodovia,
podendo cobrar IPTU. Hoje, nem o governo federal, nem a prefeitura fiscalizam.
Dá nisso que está aí.
Caos na saúde
Blog do JP – Faltam
luvas, falta medicamento, falta quase tudo.
Tem alguma providência
emergencial em vista?
Valmir – Já reuni com o
secretário de saúde escolhido, Iamax Prado, ao qual pedi que tome providências
para que a gente a partir do dia 2 de janeiro compre o que há de mais urgente,
como medicamento para o HMI e para os postos. Faz parte do nosso projeto,
dentro do prazo de 90 dias, fazer 500 cirurgias eletivas. Para isso, tenho
conversado com os médicos cirurgiões, como os doutores Benigno Olasar Reges e
Diniz
Blog do JP – Continua
determinado a dar prioridade para especialistas que residam no município?
Valmir – Começando por uma
coisa que falei bastante na campanha: vamos construir e aparelhar uma sala de
cirurgia, e a partir do momento em que estiver tudo pronto, conversaremos com
especialistas locais. Um deles é o Dr. Leonard Cabral, com o qual a gente vai
tratar desse assunto. Nessa área da ortopedia, o nosso desejo é de que de cada
dez cirurgias necessárias, pelo menos sete sejam feitas aqui mesmo. Só irá para
Santarém, ou outra cidade, quem precisar de um procedimento que não possa ser
feito em Itaituba.
Coleta de Lixo
Blog do JP – A coleta
de lixo domiciliar está complicada. Sem carros papa-lixo, são usadas caçambas,
além de haver reclamação da população a respeito da frequência do serviço.
Alguma providência a caminho?
Valmir – O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 50 milhões para os
20 parlamentares do Pará, que são 17 deputados federais e 3 senadores. São R$
2,5 milhões para cada um desses parlamentares da bancada paraense.
O deputado Chapadinha contemplou
Itaituba com dois papas-lixo e uma caçamba; senador Paulo Rocha: um papa-lixo;
deputado Zé Geraldo: dois papa-lixo e três caçambas e o deputado José Priante deu
um papa-lixo. A informação que existe é de que já houve a licitação, e de que
até o final de janeiro do ano que vem serão entregues esses equipamentos. Eu
estou conversando com o deputado Wladimir Costa, e eu não tenho dúvidas de que
nós teremos condições de fazer um grande trabalho nessa complicada questão da
limpeza pública, também, com a ajuda ele.
Blog do JP – E o lixão,
prefeito?
Valmir – Eu estive, hoje, no
lixão, verificando as condições em que se encontra. É muito complicado. Mas,
nós temos um projeto, também para lá.
Blog do JP – O senhor
fala em projeto para o lixão, ou quer dizer, aterro sanitário?
Valmir – Eu me referi ao
lixão, mesmo, numa solução de curto prazo. Vamos dizer, cerca de noventa dias
para resolver aquilo ali. Precisamos conversar com os órgãos ambientais para
ver como poderemos encontrar uma solução, como incinerar, porque não tem
condições de enterrar mais ou menos vinte e cinco caminhões de lixo, por dia.
Não há condições de continuar trabalhando desse jeito, porque daqui a uns
poucos anos não teremos mais onde enterrar tanto lixo.
SEMED no Castelo Branco
Blog do JP – Com
referência à Secretaria de Educação, que funciona há anos em prédio alugado,
alguma novidade em vista?
Valmir – O município paga
quase R$ 26 mil de aluguel mensal pelo prédio onde a SEMED funciona. Nossa
ideia é conversar com a comunidade, para usar as dependências da Escola Castelo
Branco, que tem poucos alunos, transferindo-os para a escola mais próxima, no
caso, a Escola Maria da Consolação Cerqueira, no Jardim das Araras, que será
toda climatizada. Se tivermos êxito no desenvolvimento dessa ideia, toda a
estrutura da SEMED irá para a Escola Castelo Branco.
Blog do JP – A
Coordenadoria de Tributos vai sair do atual endereço?
Valmir – Tão logo a gente
tenha o centro administrativo pronto, só vão ficar de fora de lá, as
secretarias de Saúde, Educação e Meio Ambiente. O resto vai tudo para o centro
administrativo. A prefeitura tem, hoje, mais de 150 centrais de ar condicionado
espalhadas por lugares inadequados. Vamos economizar energia e dinheiro.
Violência
Blog do JP – Embora
segurança pública seja dever do estado, quando os índices sobem muito, como
ocorre em Itaituba, cobra-se muito dos políticos locais, sobretudo, do
prefeito. O senhor pretende falar com o governador sobre isso?
Valmir – De fato, no que se
trata da questão da segurança pública, a prefeitura não tem muito o que fazer.
Mas, o problema aflige a toda nossa comunidade, e o prefeito não pode fazer de
contas que nada está acontecendo. Por isso, segunda-feira vou para Belém, onde
vou tentar me encontrar com o governador Simão Jatene, com o qual falarei sobre
a preocupação de todo povo de Itaituba a esse respeito.
Nós temos que cobrar, temos que apertar a
Polícia Militar e a Polícia Civil para que sejam mais ágeis e mais eficientes
para encontrar criminosos que assustam a população. Mas, temos que cobrar do
governo, melhores condições de trabalho para os policiais, seja com melhores
viaturas, seja com combustível para abastecê-las, ou com armamentos que lhes
permitam combater a criminalidade.
Isso não impede que a gente cobre da polícia,
que casos como dessa jovem mãe de família Eliane Sousa, da TV Tapajoara, que
foi brutalmente assassinada, por motivo torpe, sejam esclarecidos e o mais
rápido possível. A sociedade não pode ficar sem uma resposta.
Meio Ambiente
Blog do JP – Empreendedores
da área mineral, de todos os portes, reclamam que a SEMMA é muito burocrática.
O senhor pensa em torna-la mais ágil?
Valmir – Eu já conversei
sobre esse assunto, diversas vezes, com o Bruno Rolin, escolhido para ser o
secretário de meio ambiente. O município produz cerca de uma tonelada e meia de
ouro, por mês, porém, menos 400 quilos saem do município de forma regular. Ou
seja, mais de uma tonelada é comercializada na informalidade.
Precisamos facilitar no que for
possível, porque muitas vezes a pessoa reclama, mas, quando a gente vai ver,
ela não apresentou a documentação exigida pelos órgãos do meio ambiente. Vamos
procurar agilizar, mas, obedecendo rigorosamente a legislação. Também vamos
cobrar que os secretários, de um modo geral, facilitem o acesso do povo. Não
vou tolerar secretário que passe três ou quatro dias por semana sem aparecer na
sua secretaria.
Prefiro não acreditar
Blog do JP – O seu
mandato só começará em 1º de janeiro, mas, alguns problemas do final do atual
governo terminam chegando até sua mesa. Andam falando que a prefeitura não terá
dinheiro para pagar o salário de dezembro. Como o senhor vê esses comentários?
Valmir – O que a gente ouve
são comentários que nos deixam preocupados. Quando entreguei a prefeitura,
deixei tudo pago. Salário de dezembro, 13º Salário, férias, fiz rateio e ficou
dinheiro em conta.
Eu não posso acreditar que um
município do porte de Itaituba deixe seus funcionários sem receber salário.
Mas, os sindicatos - SINSERMI, SINTEPP e SINSAÚDE- devem estar acompanhando
tudo isso. Porém, quero lembrar que a Lei de Responsabilidade Fiscal é curta e
grossa. Contas que ficarem do final de um governo, são exclusivamente de sua
responsabilidade. Você só pode empenhar uma conta, se deixar recurso para
pagar. Mas, prefiro acreditar que isso não vai acontecer.