Foto: Gilson Vasconcelos |
A emoção não deixou muito espaço para que os
torcedores dos dois lados pudessem observar os erros das duas equipes. Houve
vários, mas, a determinação dos jogadores em busca do gol foi muito mais
marcante que qualquer outro detalhe.
Estou falando de Trovão Azul 7 Hay Fay 6, que
embora tenha representado a despedida da Nação Laranja da 10ª Copa Ouro, pela
primeira vez nesta competição o time mereceu sair aplaudido de quadra, tal foi a
bravura daqueles que ontem mereceram ser chamados de guerreiros.
Guerreiros também foram os jogadores do
Trovão Azul, que passaram o jogo quase todo em desvantagem no placar, mas, que em
momento algum do jogo se abateram. Em vez disso, perseguiram o gol com
tenacidade e, seguindo à risca o ditado que diz que água mole em pedra dura, tanto
bate até que fura, martelaram até alcançar o objetivo.
Tivesse o Hay Fay um banco com mais dois ou
três reservas com qualidade parecida com aquela demonstrada pelos jogadores que
iniciaram a partida e, se Canindé não tivesse sido expulso por falta de
tranquilidade, provavelmente o jogo teria sido muito mais equilibrado, assim
como o foi no primeiro tempo.
No segundo tempo ficou evidenciado o cansaço
daqueles que foram escalados como titulares no jogo de ontem. E não havia peças
de reposição a altura. Foi um jogo totalmente diferente do primeiro tempo, em
que os dois times se revezaram na criação de oportunidades de gol.
O grande Gentil Cardoso já dizia há décadas,
que para um time fazer gol, é preciso ter o domínio da bola. Se o time
adversário fica com a posse da bola o tempo quase todo, como aconteceu em quase
todo o segundo tempo com o Trovão Azul, de tanto martelar, uma hora um chute se
torna indefensável para o goleiro. Foi exatamente isso que aconteceu. Os
jogadores do Hay Fay estavam extenuados no segundo tempo. E por incrível que
pareça, o jogador Dieguinho, que se estivesse em boa forma poderia desequilibrar,
não fez falta no jogo de ontem.
A vitória do Trovão Azul foi justa e
incontestável, sobretudo pelo segundo tempo e apesar dos muitos erros cometidos
pelo time, até mesmo pelo grande goleiro Beto, mas, o Hay Fay vendeu caro, e
sua torcida, que tanto não acreditava no time, que nem fez a tradicional festa
antes da partida, durante os 40 minutos apoiou até o último instante. Ela saiu
do ginásio de cabeça erguida, assim como o time que a representa.
Todos sabem que Trovão Azul e Hay Fay fazem
uma disputa à parte em qualquer edição da Copa Ouro. Ambos vinham mal, jogando
ruim e decepcionando suas torcidas. Ontem os aficionados da esquadra azul
festejaram e os da nação laranja saíram tristes, mas, longe de estarem decepcionados
com seus representantes em quadra, porque eles honraram a camisa que vestem. Por
isso, os dois times mereceram todos os aplausos que receberam. Parabéns para
ambos.
Arbitragem: Impossível falar
desse jogo sem fazer referência à arbitragem de Edson Andrade e Rubinaldo, aos
quais foi dada a enorme responsabilidade de segurar naquele rabo de foguete, e
principalmente após a complicada atuação da dupla Jaílson e Laurimar,
terça-feira.
Eles fizeram o que tinha que ser feito, sem
medo de cara feia. E se não tivessem sido tão firmes como foram, aplicando uma
enxurrada de cartões amarelos e até um cartão vermelho no primeiro tempo,
porque os jogadores dos dois times entraram, não como guerreiros da bola, mas,
como se tivessem ido para uma guerra na qual, quem batesse mais e com mais
força seria o vencedor, difícil terminar o jogo em paz.
Eles seguraram os excessos dos dois lados.
Não tivesse sido assim, talvez não terminasse nem mesmo o primeiro tempo. E por
causa da firmeza dos árbitros, o segundo tempo foi jogado na bola, com poucas
faltas. Salvo engano, foram quatro ou cinco faltas em todo o segundo tempo,
somando-se as infrações dos dois lados, em contraste com o primeiro tempo, no
qual o Trovão estourou o número de falta antes dos dez minutos, e mais tarde,
também o Hay Fay estourou e ambas as equipes tiveram cobranças de tiros livres
a seu favor.
Não é apenas força de expressão, não! Foi uma
noite fantástica para o futsal itaitubense, daquelas que não serão apagas tão
cedo da memória as imagens de quem esteve no ginásio poliesportivo de Itaituba.
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