A sessão itinerante da Assembleia Legislativa
do Estado foi o assunto da semana nos noticiários locais e não era pra menos, afinal
essa foi a primeira vez na história que o município se tornou a sede do
parlamento estadual, mesmo que por um dia.
A vinda dos deputados a Itaituba movimentou a
rede hoteleira, restaurantes e empresas de transportes.
Os deputados mostraram-se simpáticos com a
população e fizeram elogios à receptividade que tiveram.
No discurso de abertura da sessão especial, o
presidente da ALEPA (deputado Márcio Miranda) justificou o deslocamento de toda
a estrutura do Poder Legislativo Estadual para Itaituba, afirmando que o
projeto das sessões itinerantes aproxima o parlamento do povo, que tem a
oportunidade de ver os seus deputados em atividade.
Pena que os nossos representantes
não tenham apresentado nessa sessão, nenhum projeto de lei com real relevância
para o município,
e assim ficamos somente com o glamour de ter sediado uma sessão especial da
Assembleia Legislativa, e as homenagens que sempre são feitas em ocasiões como
essa, o que convenhamos é pouco para o custo bancado pelo contribuinte para a
realização dessa sessão itinerante e, excetuando alguns
excessos desnecessários como os sobrevoos de um helicóptero no local da sessão
e até o pouso do aparelho em plena rua, digamos que a sessão valeu a pena, pois
é possível que após a vinda dos deputados aqui a Itaituba, algumas questões
locais ganhem maior visibilidade junto ao governo.
Uma dessas questões é a construção do
hospital Regional, que inexplicavelmente já se passou quase o dobro do tempo
previsto para a conclusão da obra e apenas trinta por cento do serviço estão prontos,
e o mais grave é que consórcio construtor da obra já recebeu um aditivo de três
milhões de reais.
As compensações negociadas pela ATAP com o
município por causa da implantação das estações de transbordos de grãos em
Miritituba também causaram surpresa em alguns dos deputados, que se
interessaram pelo assunto. Um deles com quem eu conversei considerou irrisório
o que o município está recebendo, e sugeriu que essas compensações sejam em
forma de royalties, pagos mensalmente. Somente assim o município terá condições
de reparar os danos que serão produzidos por essa atividade.
Mesmo que tardiamente, cabe ao governo
municipal correr atrás desses mecanismos e tentar reverter esses acordos que
realmente não representam nada diante das riquezas que irão passar por aqui, e dos
danos ambientais e sociais que essa atividade irá causar; aliás, já está
causando.
Esse deveria ter sido o grande tema a ser
debatido nessa sessão itinerante, mas outra vez perdemos o bonde da
historia.
Jornalista Weliton Lima, comentário
veiculado no telejornal Focalizando, quinta-feira, 20/08/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário