
Famílias que foram
contempladas pelo programa Minha Casa Minha Vida, que teoricamente deveriam
estar incluídas na faixa da tarifa social, pagam uma conta de luz quase trinta
vezes maior que o valor da parcela mensal da casa onde moram.
São casos absurdos e sem
explicação, que acabam empurrando muita gente para o uso clandestino da energia.
Só que essa prática criminosa do furto de energia não prejudica tanto a empresa
e sim o consumidor honesto, aquele que paga corretamente pelo seu consumo,
porque a chamada perda técnica, que é a energia desviada, é compensada, quando
é feita a negociação com o governo para o reajuste da tarifa.
Se o seu vizinho faz gato,
saiba que parte do que ele deixar de pagar vai vir na sua conta e, o estado do
Pará é um dos campeões de desvio de energia, por isso o preço do kilowatt para
o consumidor, aqui está entre os mais caros do País.
Mas, toda essa perda de
energia que chega a algo em torno de 50% não é somente por causa das ligações
clandestinas. A rede de distribuição da Celpa está totalmente obsoleta, os
transformadores estão velhos e sobrecarregados e os medidores não são
confiáveis.
Além de tudo isso, o governo
do Estado ainda taxa o consumidor com uma alíquota de ICMS que é uma das mais
altas praticadas no País, o que transforma a energia elétrica aqui no Pará, um
artigo de luxo e impede que milhares de famílias possam usufruir o bem estar
que a energia proporciona.
O paradoxo disso é que em
breve, com a construção das hidrelétricas de Belo Monte e São Luiz do Tapajós,
o Pará vai se transformar no maior produtor de energia do Brasil, mas o preço do
kilowatt da energia com certeza vai continuar subindo e como a renda do
trabalhador não acompanha os reajustes de preços do governo, mais famílias irão
ter dificuldades de pagar a sua conta de luz. Consequentemente, muito mais
gente vai ver a energia passar por cima de sua casa sem poder usar.
Jornalista Weliton Lima, comentário veiculado no telejornal Focalizando
(TV Tapajoara), quinta-feira, 19 de fevereiro de 2014
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