sexta-feira, outubro 17, 2014

'Estou arrependido', diz suspeito de assassinar 39 pessoas em Goiânia

Folha (Juliana Coissi)

Assassino em série é preso em Goiânia
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26, que, segundo a Polícia Civil de Goiás, confessou ter matado 39 pessoas, entre mulheres, homossexuais e moradores de rua na capital do Estado, disse que se arrependeu dos crimes.

Durante entrevista nesta sexta (17), Rocha pouco falou. Sentado e com as mãos algemadas para trás, vestindo apenas um short, ele manteve os olhos baixos na maior parte do tempo, em uma sala onde estavam o seu advogado, Thiago Huáscar Santana Vidal, e policiais.

Com longas pausas e respostas muito curtas, Rocha diz que foi movido "por uma força maior" ao cometer os crimes e que estava se sentindo "mal, muito mal" com a revelação dos casos.

Não deu detalhes sobre o motivo de matar tantas pessoas. "[Era uma força] mais forte do que eu. Não tinha explicação".

Questionado se teve problemas na infância, respondeu um seco "sim".
Em dois momentos diferentes, foi questionado sobre o número de vítimas. Na primeira vez, silêncio. Depois, disse: "Nada a declarar".

À imprensa o vigilante negou ter matado um ex-colega de trabalho em 2011. Segundo a policia, ele citou esse caso como sendo sua segunda vítima, em depoimento tomado na terça-feira (14).

Rocha disse ainda que bebia antes de praticar os crimes, "também" porque isso o encorajava.


Ao ser indagado se gostaria de dizer algo mais, o vigilante voltou a citar arrependimento. "Eu queria dizer que estou arrependido, que queria ter a chance de pagar o que eu fiz. De pedir perdão. É isso".
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Advogado se diz perplexo com as declarações de seu cliente

Segundo o advogado dele, Thiago Huáscar Santana Vidal, ele orientou seu cliente a usar o direito constitucional de ficar calado. Algemado, ele bateu as mãos na mesa e disse: 'Não, eu tenho que colocar isso pra fora de mim'.

O advogado disse que ficou surpreso com a declaração . "Infelizmente, de tudo que ouvi, eu saí perplexo. Eu pensei que talvez a polícia, um caso ou outro, estaria imputando a ele (crime cometido), mas, ele narrou com riqueza de detalhes e peculiaridades todas as mortes". 

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