Senhor
presidente, senhoras vereadoras, senhores vereadores,
Dia
12 do corrente mês, o Diário Oficial da União publicou edital pelo qual o
governo federal determinou para o dia 15 de dezembro a realização do leilão
para a construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.
Coincidência
ou não, o leilão está marcado para o dia em que Itaituba completará 158 anos de
fundação, e de antemão afirmo que não entendo que será um presente para este
município.
Por
causa de pressão, o Ministério de Minas e Energia adiou o leilão A decisão foi
publicada na edição de quarta-feira (17) do "Diário Oficial da
União".
De
acordo com o ministério, o adiamento se deve à “necessidade de adequações aos
estudos associados ao tema do componente indígena.” A construção da usina
vai afetar terras indígenas, assim como ocorre com a hidrelétrica de Belo
Monte, também no Pará.
Senhor
presidente, enquanto nós gastamos o nosso tempo discutindo questões de menor
importância, o governo federal aciona seu rolo compressor para passar por cima
da gente com esse investimento que vai somar alguns bilhões de reais. E nós, o
que estamos fazendo? Nada!
Itaituba
é falado no Brasil e até fora do país. Itaituba é a bola da vez. Itaituba é a
terra do futuro. É isso que se ouve toda hora. Mas, por enquanto esse barulho
todo não resultou em melhoria da qualidade de vida de nossa população. Pelo
contrário, piorou a nossa qualidade de vida, pois a violência vem crescendo,
assustando a todos, além de outros problemas.
Então, essa riqueza toda que se propala, que corre e vai correr muito
mais por aqui, vai beneficiar quem?
Em
Altamira foram gastos mais de vinte anos nas discussões da hidrelétrica de
Kararaô, que mais tarde foi rebatizada com o nome de Belo Monte. Altamira tinha
alguma coisa de infraestrutura. Mesmo assim, e apesar dos investimentos que
estão sendo feitos como contrapartida, a cidade enfrenta problemas.
O
que será de Itaituba, cuja infraestrutura é mínima? Como o nosso município vai
enfrentar o grande aumento da demanda por saúde e por educação, se mal
conseguimos atender a essa população que temos hoje?
Preocupa-me
na condição de vereador, de empresário e de pai de família que escolheu este
lugar para viver, o futuro que está batendo à porta, porque não vejo nenhum
tipo de movimentação que nos dê esperança de que a cidade e o município como um
todo vão melhorar com a chegada da obra da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.
Não
desejo apontar o dedo para ninguém buscando culpados, pois o problema é de
todos nós e conjuntamente devemos buscar a solução. Principalmente a quem o
povo delegou poderes para representa-lo, seja no Executivo ou no Legislativo.
Nem
a Prefeitura, nem a Câmara, nem a sociedade civil mostraram-se capazes de fazer
os pleitos necessários como contrapartida dessa obra da hidrelétrica, quando
chegar o momento. E se continuar desse jeito, a conta social a pagar poderá ser
muito salgada. Não podemos deixar passar essa oportunidade sem tirar o devido
proveito para nossa coletividade.
Senhor
presidente, a Câmara Municipal deve ser a caixa de ressonância da sociedade. É
necessário que afinemos nossa sintonia com o povo. Este é um momento em que
podemos e devemos fazer isso, pois se nós não estivermos na linha de frente
dessa discussão, junto com a Prefeitura e com a sociedade civil, quem estará?
Chamo sua atenção,
senhor presidente, senhoras vereadoras e senhores vereadores, para uma sugestão
que quero fazer à Mesa Diretora desta Casa do Povo: Que seja formada uma
Comissão Especial, com a finalidade específica de acompanhar, a partir de
agora, o andamento de tudo que diz respeito à hidrelétrica de São Luiz do
Tapajós. Não vamos esperar ser convidados ou chamados. Precisamos ter
iniciativa própria, ombreando-nos com quem esteja disposto a tratar dessa
questão de forma responsável.
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Na sessão desta quarta o vereador vai apresentar um requerimento no qual pede que seja criada a comissão especial na qual ele se refere no discurso.
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