A divulgação do índice de
analfabetismo em Itaituba trouxe à tona um problema que todo mundo sabe que ele
existe, mas poucos têm a coragem de colocar o dedo nessa ferida que é a baixa
qualidade do ensino público oferecido no município. Esse índice de
12,5% apresentado num documento oficial do MEC está um pouco abaixo do índice
de três anos atrás, mais ainda assim é preocupante. Outros dois índices que
mostram que a educação em Itaituba não vai bem são os números de reprovação e
de evasão escolar.
Embora esses indicadores não sejam de
inteira responsabilidade desse governo, é bom que se diga, mas a Câmara de
Vereadores, quer ouvir as explicações da secretária de educação a respeito
dessa questão e essa decisão da Câmara Municipal é mais do que oportuna, pois
se temos ofertas de vagas suficientes para atender a população em idade
escolar, se temos cerca de 95% dos professores com qualificação para o
exercício de magistério e se os recursos são suficientes para manter o
funcionamento normal das escolas, então torna-se realmente inaceitável que o
município tenha esse índice tão alto de analfabetismo.
E para as autoridades educacionais de
Itaituba começarem a enfrentar essa questão, uma das sugestões é saber o que o
município de Novo Progresso está fazendo para apresentar um índice bem mais
baixo de analfabetismo que o nosso. Outra saída é a SEMED tentar conseguir
conjugar a união e o comprometimento da sua equipe de educadores com a
participação efetiva dos pais na vida escolar dos filhos, o que não será tarefa
fácil, porque os pais não têm o hábito de ir à escola e boa parte dos
professores resiste a ter um comprometimento maior com a educação
dos seus alunos.
E uma terceira alternativa pode vir
da Câmara dos Deputados, onde tramita um projeto de lei que obriga as escolas a
divulgar na porta de entrada do estabelecimento o IDEB (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica) dos seus alunos. Só que esse projeto de lei
já encontra resistência das entidades representativa da classe e o argumento é
que se essa lei for aprovada, criará constrangimento para alunos e
professores. E nesse caso vale confrontar outra situação: o que
seria mais constrangedor, a divulgação do resultado do IDEB ou o estudante que
conclui o ensino médio sem saber resolver uma simples equação
matemática e com dificuldade para interpretar um texto? Esse é um
problema recorrente no ensino publico do município.
Por tanto, além de buscar uma solução
para baixar esse índice elevado de analfabetismo entre a população de Itaituba,
a prefeita que é uma educadora, tem que assumir essa questão da melhoraria da
qualidade da educação no município, como um compromisso junto à população,
senão de nada adiantará surgirem as oportunidades de emprego, se os nossos
jovens não estiverem preparados para encarar a concorrência
externa.
Weliton
Lima - Jornalista. Artigo publicado pelo Jornal do Comércio, na edição 185, circulando
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