De
fato, o goleiro Ochoa foi o melhor jogador em campo, em um jogo em que faltaram
outros destaques.
Eu
estou vendo os jogos desta copa, com o olhar do comentarista esportivo que
passou mais de 30 anos de sua vida de rádio comentando jogos de futebol,
quarta, sábado e domingo.
Em
1982 pensei que ia morrer de tal mal que passei depois da derrota para a Itália,
em Sarriá. Prometi que me esforçaria muito para sofrer menos desta vez. Mas, em
1982 nós tínhamos uma seleção que foi a que jogou muito, mas muito mais bonito
do que as outras seleções na Copa da Espanha. Não é o caso desta seleção de
2014.
Como
se trata de um jogo, até poderemos ser campeões, desde que melhoremos um pouco.
Mas, com a qualidade do futebol que o time do Brasil está apresentando, não vai
ser fácil. Sobretudo depois que vi o futebol da Itália, sem muito brilhantismo,
mas, com um time arrumado, da Holanda e principalmente da Alemanha, comecei a
achar a caminhada ainda mais complicada.
Nós
estamos longe de ter um time que inspire confiança. Está muito longe da coesão
mostrada na Copa das Confederações. É uma equipe na qual falta movimentação,
falta um armador criativo no meio campo, falta marcação adequada ao adversário
e falta o treinador ter coragem para fazer mudanças mais ousadas.
Hoje,
quando o México tomava a bola, jogava verticalmente rumo à área do Brasil, sem
que nossos jogadores conseguissem retomar a posse da bola. Quando era o Brasil
que pegava a bola, o time voltava ao velho problema que irritou muito a torcida
até a Copa das Confederações, os famosos toques laterais.
Sem
movimentação dos atletas brasileiros, Tiago Silva tocava para Davi Luiz, que
devolvia para Tiago, que tocava para Luiz Gustavo, que devolvia para Davi Luiz.
Time sem imaginação, sem criatividade, com jogadores que aceitam a marcação
adversária e não retribuem a marcação quando o outro time tem a bola.
Pioramos
do jogo de estreia para hoje. Não concordo com os narradores e comentaristas
centram suas opiniões no pseudo bom futebol do México, que quase não consegue
se classificar para a Copa do Mundo. Foi o Brasil que não jogou nem perto do
esperado. A apresentação de hoje foi decepcionante.
O
jogo que o Felipão viu não foi o mesmo que eu vi. O treinador da Canarinho está
cobrando um penalty que só ele viu em Marcelo. Mas, é sua tentativa de
justificar a incompetência em armar esse time, que deu liga na Copa das
Confederações, competição que não valia muita coisa, mas, que não engrenou até
agora nesta Copa, o sonho de consumo todo torcedor, sobretudo quando joga em
casa.
Dá
pra ganhar? Claro que dá! A Itália fazia uma campanha medíocre até o desastre
de Sarriá, desastre para nós, mas redenção para os italianos, que nos tiraram
da Copa de 1982, porque depois daquele jogo, ninguém conseguiu mais segurar a
azurra.
O
que nos resta é esperar que a seleção faça sua primeira grande apresentação,
convença os 200 milhões de brasileiros que estão apoiando incondicionalmente o
time, para a partir daí tornar-se uma preocupação para os adversários mais
temidos. Do jeito que está jogando, temos grande chance de ficar no meio do
caminho, nas oitavas de final, porque deve se classificar.
Até
agora a seleção jogou mal.
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