sexta-feira, junho 20, 2014

O efeito Peninha

Como já era esperado, o efeito Peninha fez lotar o plenário da Câmara de Vereadores, como há muito tempo não se via numa sessão ordinária da casa. E foi com esse cenário totalmente ao seu favor que o vereador fez o discurso de posse e ao seu estilo.
Peninha não resistiu a esse primeiro contato com o plenário e colocou pra fora todas as magoas que foram reprimidas durante o tempo em que esperou por esse momento e o ranço demonstrado contra os seus adversários mostrou o quanto o vereador estava entalado com manobras que vinham adiando a sua posse.
Com a experiência de quem já está no sétimo mandato o vereador sabe muito bem que esse é o jogo da política; quem está no poder só pensa em fragilizar a oposição. Peninha quando esteve na situação agiu do mesmo jeito. O vereador também foi implacável com quem não se alinhava com seus pensamentos. Todos ainda se lembram da famosa frase: “a caneta que põe é a mesma que tira” sugerindo a demissão de quem não vestisse a camisa do governo.
Essa é a lógica de quem está no poder. Mas voltando novamente à Câmara, a euforia da posse do Peninha acabou no dia seguinte. quando poucas pessoas compareceram para assistir à sessão, o que reflete a baixa popularidade dos vereadores junto à opinião publica.
Ao reivindicar para si o papel de principal líder da oposição, Peninha precisa também abandonar o discurso retórico que agrada apenas aos seus aliados, mas pouco contribui para o fortalecimento da Câmara como instituição encarregada em primeira instancia de fiscalizar os atos do executivo.
É isso que a população espera dos vereadores; que eles cumpram o seu papel institucional. Já o executivo, que estava sossegado com a submissão da casa, agora acendeu o sinal de alerta e está correndo atrás para corrigir algumas situações que podem representar problemas no futuro para o governo.
Esse é o efeito da volta do Peninha, que mesmo longe de ser o guardião da legalidade, na atual conjuntura política, sua presença na Câmara, sem dúvida trará um pouco mais de equilíbrio na relação entre esses dois poderes.
Jornalista Weliton Lima
Comentário no Focalizando de 19/06/14


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