A bola
parou de rolar no Campeonato Brasileiro de 2013 no último dia 8, mas
fora de campo ele continua sendo disputado, agora nos tribunais. Nesta
segunda-feira, a 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD) decidiu por unanimidade pelo rebaixamento da
Portuguesa à Série B, após a escalação irregular do meia Héverton no
confronto da última rodada diante do Grêmio. Melhor para o Fluminense,
que, com a perda de quatro pontos do clube paulista, se livrou da queda e
segue na elite do futebol nacional. A Portuguesa ainda terá que pagar
uma multa de R$ 1000.
A decisão da 1ª Comissão Disciplinar, no
entanto, ainda não é definitiva e a Portuguesa pode entrar com recurso
em segunda instância, no Pleno do STJD. De acordo com o procurador-geral
do tribunal, Paulo Schmitt, o caso deverá estar resolvido até o próximo
dia 27. O clube paulista, no entanto, já confirmou que entrará na
Justiça comum caso seja realmente rebaixado.
Para não sofrer qualquer punição da Fifa,
que é contra levar casos esportivos à Justiça comum, o presidente da
Portuguesa, Manoel da Lupa, admite a possibilidade de recorrer a
"torcedores ilustres". "Tem que preservar o resultado de campo. Se a
Portuguesa for derrotada, vai parar na Justiça comum. Nem que seja ação
de alguns dos nossos torcedores ilustres. Mas a Portuguesa vai até o
inferno para se defender."
A escalação irregular de Héverton aconteceu
no dia 8 de dezembro na última rodada do Brasileirão. Diante do Grêmio,
no Canindé, o jogador entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo,
apesar de estar suspenso. Ele havia sido expulso contra o Bahia, no dia
24 de novembro, e cumprido um jogo de gancho diante da Ponte Preta, no
dia 1.º de dezembro. Julgado no STJD na sexta-feira, dia 6, no entanto,
acabou condenado a dois jogos de suspensão.
De nada adiantaram os protestos dos
torcedores da Portuguesa, que estiveram representados por cerca de cem
pessoas na Avenida Paulista, no último domingo, em São Paulo, e foram
para frente da sede do STJD nesta segunda-feira, no Rio, manifestar sua
indignação com a situação. Torcedores do Fluminense também estiveram no
local, requisitando o direito do clube de permanecer na Série A. Para
evitar maiores problemas, houve reforço na segurança.
No julgamento, os representantes da
Portuguesa alegaram que não tiveram contato com o advogado do clube,
Osvaldo Sestário, que estava no julgamento de Héverton, e que esperavam
saber a situação do jogador através do site da CBF. Segundo eles, não
havia qualquer informação sobre a punição ao atleta, o que lhe daria
condições de jogo.
Por outro lado, o subprocurador William
Figueiredo de Oliveira apontou que a obrigação de averiguar as situações
dos atletas é dos clubes e não da CBF. Além disso, ressaltou o papel do
STJD de se fazer cumprir as regras, independentemente de qualquer
questão de "má-fé" de qualquer time. Como partes interessadas no
julgamento, advogados de Flamengo e Fluminense também defenderam suas
posições.
(Agência Estado)
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