terça-feira, novembro 05, 2013

Retrocesso. Santarém voltará a ser abastecida por termoelétrica

O Deputado Nélio Aguiar (DEM) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) nesta terça-feira,5, para protestar contra  a solução paliativa adotada pelo Governo Federal de instalar uma usina  termoelétrica em Santarém para amenizar os constastes apagões provocados  pela saturação do linhão Tramoeste que não suporta mais abastecer com energia elétrica os municípios da região.

Nélio Aguiar esteve em Brasília na última sexta-feira,1 em audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão para cobrar providências imediatas do Governo  Federal para o problema. “É revoltante para nós que moramos num estado que é produtor e exportador de energia elétrica para outros estados  voltarmos a utilizar termoelétrica  um sistema poluente e  que tem maior custo operacional”, disse.

Segundo Lobão, no prazo máximo de 3 meses Santarém receberá uma termoelétrica usada, que foi desativada em Rondônia após com a inauguração da hidrelétrica de Jirau.
O parlamentar disse ainda que vai lutar para que os custos adicionais com geração de energia pelo sistema de termoelétrica não recaiam sobre os consumidores. “O problema só está ocorrendo porque o Governo Federal fechou os olhos quando foi alertado  pela Rede Celpa que o linhão estava saturado, então muito justo que  arque com todos os custos adicionais da solução paliativa”, alertou.

Nélio Aguiar, que esteve na reunião em Brasília acompanhado da presidente da Frente Parlamentar pelo rebaixamento da Calha Norte, deputada Josefina do Carmo, disse que o ministro adiantou também que o leilão para a construção de um novo linhão no Tramoeste está marcado para ocorrer em fevereiro de 2014. Depois de iniciadas, as obras devem demorar cerca de três anos para serem concluídas. 

O parlamentar aproveitou também a oportunidade para alertar o ministro que o Pará está vivendo um grande contraste, pois como estado produtor de energia elétrica  não tem energia firme para atender seus cidadãos, apesar de  exportar o excedente para outros estados. 

“É um sistema colonialista perverso que vivemos, pois,  produzimos energia e não podemos usufruir dela, pois milhares de  paraenses ainda vivem em completa escuridão, o que gera um sentimento de revolta, pois a nação utiliza nossos riquezas para desenvolver outros estados,  sem dar direito ao nosso povo de ter acesso a esse desenvolvimento, obrigando muitas vezes os paraenses a sair do estado em busca de uma vida melhor em outros lugares e isso é um absurdo sem tamanho”, protestou.
Eletronorte havia sido alertada em 2011

Nélio Aguiar lembrou ainda na tribuna que o diretor financeiro da Rede Celpa, Mauro Chaves, disse durante reunião na Alepa no início deste mês que o linhão da Tramoeste está sobrecarregado e não suporta mais transmitir os 230 KV necessários para abastecer a região. "O linhão de Tramoeste foi construído na década de 90 e desde 2011 começou a apresentar problemas na linha de transmissão para o Oeste. O problema foi agravado desde o ano passado com o início das obras da hidrelétrica de Belo Monte em Altamira, que demanda grande quantidade de energia", explicou. Mauro disse ainda que a Celpa já havia alertado a Eletronorte sobre o problema em 2011, mas que na época a empresa respondeu de forma negativa para o investimento necessário as obras de reforço no linhão do Tramoeste.

Jornalista Kátia Aguiar
Assessora de Imprensa

Nenhum comentário:

Postar um comentário