terça-feira, agosto 20, 2013

Nélio virá para federal, mesmo

O deputado estadual Nélio Aguiar deu uma guinada em sua estratégia política, a qual causou muitos comentários, alguns dos quais dando conta de que estaria para perder seu mandato por ter saído do PMN e ingressado no DEM, mesmo não tendo se consumado a fusão entre PPS e PMN. Nélio decidiu topar um grande desafio: ser candidato a deputado federal por seu novo partido, atendendo ao convite de Lira Maia e Alexandre Von, fato que ele confirma na entrevista a seguir, na qual ele fala ao Jornal do Comércio sobre os desdobramentos da troca de partido, de sua base política em Itaituba, da obra do Hospital Regional, da ausência do governo do Estado nesta região e de outros assuntos.
JC - Até há cerca de duas semanas saíram muitas notícias dando conta de que o senhor corria o risco de perder o mandato de deputado, por ter saído do PMN e se filiado ao DEM, sem que a fusão de seu ex-partido com o PPS fosse consumada. Esse risco existiu de fato?
Nélio - Não. Na resolução do TSE existem vários motivos para a desfiliação por justa causa. Não é somente a fusão ou criação de novos partidos. A mudança substancial do programa do partido e discriminação pessoal também são motivos. A decisão da direção nacional do partido em fazer a fusão e em aprovar e publicar no diário oficial da União um novo estatuto nos levou a discordar desse posicionamento e solicitar a nossa desfiliação do PMN por justa causa, que foi reconhecida em ata pelo diretório estadual do partido. Portanto a nossa desfiliação se deu de forma legal, atendendo a resolução de fidelidade partidária. O questionamento feito por um membro do PPS e terceiro suplente da coligação , é considerado decadente pois entrou fora do prazo e sem legitimidade pois não pertence ao PMN e nem é primeiro suplente. Não existe fidelidade a coligação. A fidelidade é ao partido.
JC - O senhor afirmou que sua saída do PMN deu-se de forma tranquila, acordada com a cúpula. Isso foi documentado?
Nélio - A minha saída se deu brigando pelo meu direito de discordar da mudança do estatuto do partido e pelo reconhecimento da justa causa para a desfiliação partidária que nos foi dada em ata. Quando o partido desistiu da fusão a minha desfiliação do mesmo já tinha ocorrido há mais de sessenta dias.
JC - Seus eleitores podem ficar tranquilos, pois não existe risco algum de perda de mandato, mesmo não ocorrendo a fusão PPS-PMN?
Nélio - Podem ficar tranquilos. Apresentamos a nossa defesa ao TRE em tempo hábil, juntamos toda a documentação onde o partido reconhece a justa causa. E temos decisões no TRE e no TSE que o prazo máximo para questionamento é de sessenta dias e quem possui legitimidade para questionar é somente o próprio partido e o primeiro suplente do partido, pois o mandato é do partido e não da coligação.
JC - Outra informação que tem circulado com frequência é sobre a possibilidade do senhor lançar-se candidato a deputado federal pelo DEM, ano que vem. Procede?
Nélio - Procede. Entendo que uma candidatura, seja ela a qual cargo for, não deve ser em consequência de um projeto pessoal e sim de um projeto coletivo. No momento em que o deputado federal Lira Maia, que é da nossa região toma a decisão de não vir mais candidato a reeleição, temos por obrigação apresentar um nome para disputar essa importante vaga na câmara federal, para não perdemos a nossa representatividade. Faço parte de um grupo político liderados pelo presidente estadual do DEM, o deputado Lira Maia e pelo prefeito de Santarém, Alexandre Von (PSDB). Recebi o convite dos dois para essa importante missão e topei encarar esse desafio e estamos muito confiantes que com a ajuda de Deus e com a força e união das lideranças e do povo do Oeste paraense seremos vitoriosos.
Na edição 164 do Jornal do Comércio, que está circulando desde o final da tarde desta terça-feira.

JC -  O senhor considera boas as chances de conseguir eleger-se deputado federal?
Nélio - Eu acredito que sim e vou lutar bastante por isso. Poderia vir para a reeleição de estadual como projeto pessoal, mas não sou egoísta e nem covarde. Missão é missão. Sou homem de luta e de coragem para encarar os desafios.
JC - Em sendo candidato a deputado federal, naturalmente, sua estratégia de campanha terá que ser diferente, pois precisará buscar votos mais longe...
Nélio - Teremos uma ampliação da nossa área de atuação. Mas se o nosso povo tiver a consciência em votar em candidato da nossa região, elegeremos não apenas o Nélio, mas outras lideranças de Itaituba e da nossa região serão eleitas. Temos votos para isso, só não podemos desperdiçar o nosso voto com candidatos paraquedistas que não tem compromisso com as nossas bandeiras de luta, sendo a principal delas a luta pela criação do estado do Tapajós.
JC - Na eleição do ano que vem, muitos candidatos vão tentar vender facilidades com referência à criação de novos municípios. O que o senhor tem a dizer a esse respeito? Dá para criar novos municípios nesta região?
Nélio - Precisamos ter muita responsabilidade nessa questão, para não criarmos falsas expectativas na população dos distritos. A nova lei traz critérios rigorosos levando em conta população, número de eleitores e território que não seja em área do INCRA ou da União. Quem se enquadrar dentro desses critérios terá a autorização para realizar o plebiscito envolvendo todos os eleitores do município e somente após o plebiscito que a Assembleia Legislativa poderá fazer a lei que cria o novo município.
JC - Na região Oeste do estado do Pará, quais distritos parecem ter condições de pleitear sua emancipação?
Nélio - No momento temos o de Castelo dos Sonhos, Moraes de Almeida , Caracol, Flexal e Curuaí. Estamos analisando algumas situações de outro distritos que desejam a emancipação.
JC- Que caminho devem seguir as lideranças de distritos que desejam emancipar-se, para saber se tem condições de atender às exigências da legislação atual, para evitar serem enganadas por candidatos a deputado que vão tentar tirar partido desse sonho?
Nélio - Já tomamos a iniciativa de enviar para as câmara municipais e para as comissões de emancipação, cópia da redação da lei que foi aprovada na Câmara Federal para que todos possam tomar conhecimento das novas regras e para que tudo possa ser realizado de forma transparente e que ninguém possa ser enganado ou iludido com falsas expectativas. É importante também colocar que não se pode criar novos municípios em ano eleitoral, portanto dificilmente algum município será criado até o final de 2014.
JC - Como o deputado Nélio Aguiar, que é da base do governo do Estado, vai direcionar seu discurso na campanha do ano que vem, levando-se em consideração que governo de Simão Jatene tem sido muito ausente na maioria dos municípios desta região, onde se concentram seus eleitores?
Nélio - Vivemos um momento muito difícil em todo o estado do Pará. Aprovamos na ALEPA um empréstimo junto ao BNDES no valo de R$ 1,8 bilhão, para investimentos em obras importantes em todas as regiões do estado. E até hoje esse recurso não foi liberado; talvez até por motivação política esteja travado. Isso vem causando atraso no inicio das obras que estavam planejadas; inclusive a do Hospital Regional de Itaituba.
            O governador Jatene, cansado de esperar pelos recursos do BNDES resolveu licitar, contratar e iniciar essas obras com recursos próprios do tesouro estadual, para poder honrar os seus compromissos de campanha com o povo de Itaituba e do Pará. Temos que abominar esse tipo de política de interesses partidários, pois quem sai mais prejudicado com isso, não é o governador Jatene e o PSDB e sim o estado do Pará. Esperamos que haja maturidade da classe política do nosso estado e que trabalhem juntos para a liberação dos recursos necessários para o investimentos em obras estruturantes. e deixem de lado os interesses eleitorais e partidários em nome do desenvolvimento do Pará.
JC - Diante do fato consumado de sua mudança para o DEM, como ficou sua base política em Itaituba? Como ficou a convivência política com os vereadores que eram do seu antigo partido?

Nélio - Continuamos tendo um bom relacionamento com todos eles. Temos um grupo político forte em Itaituba envolvendo lideranças de vários partidos. Estamos explicando a cada um a mudança de partido e a mudança do projeto, e convidando a todos para seguirmos juntos nessa caminhada e vencermos juntos esse novo desafio. Não faço política na base da imposição ou ameaças, faço política na base da conquista e do convencimento. Irei trabalhar ainda mais para ampliar nossa base em Itaituba, pois sempre tive o compromisso com o povo de deste município, e nunca me ausentei ou virei as costas para Itaituba, ou para qualquer outro município da nossa região.  

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