- Simplicidade é outra marca de Francisco
- “Amei o Papa. Ele passou rapidinho, acenando, mas já foi o suficiente para transmitir toda a sua paz”, diz baiana
- Se em março deste ano alguém dissesse aos brasileiros que o novo Papa, argentino, conquistaria a todos, iria pregar no deserto. A notícia da escolha de Jorge Mario Bergoglio para o cargo máximo da Igreja Católica soou como um gol de Maradona contra o Brasil em dia de final de Copa do Mundo. Até porque tínhamos nosso próprio "papável", o gaúcho dom Odilo Scherer, que perdeu para alguém que nem aparecia nas listas de apostas. Quatro meses depois, em visita ao Rio para a Jornada Mundial da juventude (JMJ), o Francisco hermano ganhou o país e virou irmão. Quase "mermão".
- Já em seu primeiro discurso, avisou que "Cristo bota fé nos
jovens". Saiu pelas ruas da cidade num carro de vidros abertos em dia de
mau tempo sorrindo, acenando e beijando criancinhas sem se preocupar
com a segurança. Também disse que gostaria de entrar em cada casa para
tomar um cafezinho, mas não cachaça, provocando risos dos moradores da
Favela da Varginha, que visitou anteontem. E lembrou do hábito dos
brasileiros de colocar mais água no feijão para falar da importância de
se partilhar comida. Francisco já é de casa.
Amei o Papa Francisco. Ele passou rapidinho, acenando, mas já foi o suficiente para transmitir toda a sua paz. Volto para a Bahia muito feliz — afirmou a baiana Sirlene Rosa de Souza.Jéssica Lopes, estudante paulista de 17 anos, também ficou impressionada:
— Ele nos passa muita paz. Sentimos que ele transmite o amor de Deus para nós. Achei a Via Sacra muito emocionante.
Numa JMJ marcada pelos desacertos — em que o próprio prefeito admitiu que a nota da organização está mais para zero — o Papa é dez. Mesmo para quem não é católico.
O carisma e a simpatia do novo Pontífice conquistaram representantes das mais variadas religiões. Para o vice-presidente da Fundação Cristã Espírita Cultural Paulo de Tarso, Gerson Simões Monteiro, ele está seguindo os passos de São Francisco de Assis e do próprio Cristo:
— Segundo Jesus, "os meus se conhecerão por muito se amarem". E esta é a mensagem que o Papa está trazendo: de entendimento e fraternidade, uma aura de paz e uma mensagem de esperança, neste momento difícil principalmente para a nossa cidade. Segundo nossa visão, ele é um médium de São Francisco de Assis, por seus gestos de humildade. Que ele venha de novo em 2017!
Cônsul honorário de Israel no Rio, Osias Wurman vê o Pontífice como peça fundamental para uma parceria entre as três religiões abraâmicas: judaísmo, islamismo e catolicismo.
— Para nós, judeus, ele é uma peça fundamental, pois representa 1,2 bilhão de cristãos. Francisco é, indiscutivelmente, carismático. Acho que vai superar em popularidade o Papa João Paulo II. E não é de hoje que ele tem boas relações com o judaísmo. Quando era cardeal, ele escreveu com o rabino Abraham Skorka, seu amigo de longa data, o livro "Entre o céu e a terra", que aborda vários aspectos em comum da fé — avaliou Wurman. — Fiquei emocionado com o que vi em Copacabana na quinta-feira.
Já o Sheik muçulmano Jihad Hassan Hammadeh relembra Bento XVI para falar de Francisco.
— O ser humano gosta de valores como atenção, simplicidade, simpatia e humildade. Eles abrem as portas dos corações das pessoas.
Nas ruas, o "amor à primeira visita" do Papa também contagia fiés de outras crenças. A evangélica Maria Alves, por exemplo, mora em Copacabana e planejava ontem ir ao evento na praia e participar da Jornada.
— Ainda não vi o Papa, mas estou achando tudo muito bonito. Vou tentar vê-lo nesta sexta (ontem). O importante é a mensagem de fé que ele traz - disse ela, que é da Igreja Mundial.
— Este Papa fala coisas importantes. Ele é um líder da Humanidade — acrescentou Ione Barbosa, também evangélica.
Eunice Costa, fiel da Assembleia de Deus, destacou que está gostando de ver tantos jovens com um propósito religioso:
— É muito bom ver estes jovens com fé, e não na droga. E este Papa fala coisas muito boas. Ele é muito humilde.
Ao que parece, ninguém se lembra mais que o Papa é argentino. Ou o conceito de "ser argentino" (milagre!) pode estar mudando para os brasileiros. A melhor resposta foi dada pelo próprio Francisco, em tom de brincadeira, como o brasileiro gosta, no voo de Buenos Aires para o Rio:
— Vocês já têm Deus brasileiro, e ainda querem o Papa brasileiro. Vocês não se conformam com nada, não?
sábado, julho 27, 2013
Simpatia do Pontífice argentino conquista brasileiros até de outras religiões Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/simpatia-do-pontifice-argentino-conquista-brasileiros-ate-de-outras religiões
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