segunda-feira, julho 22, 2013

Ampliação do aeródromo pode começar em outubro

O aeroporto tem sido uma constante fonte de preocupações para a Prefeitura Municipal e para a comunidade de Itaituba, uma vez que as fiscalizações da ANAC costumam detectar pontos de não conformidades sempre que realizam alguma ação fiscalizadora. Por maior que seja o empenho de quem esteja na direção, está sempre faltando alguma coisa, ou, em alguns momentos, muitas coisas. Atualmente, está na administração do aeródromo municipal, Emílio Piccardo, que deixou a diretoria de Indústria e Comércio, aceitando o convite feito pela prefeita Eliene Nunes para substituir João Francisco (Panelada), que pediu exoneração do cargo. Emílio conversou com a reportagem do JC a respeito dos desafios que tem que enfrentar.
JC - Emílio, ao longo de seguidas gestões do município, o administrador do aeroporto tem sido mais notado pelo que tem para se fazer neste aeródromo, do que pelo que tenha feito. Você sabe disso...
Emílio - Você observou muito, Parente. Eu costumo dizer para os meus amigos, que por mais que a gente tenha se esforçado para fazer o máximo que pudemos até o presente momento, a gente é mais notado pelo muito que temos que fazer. Porém, eu digo para todos, que embora o pepino seja enorme, o facão também é grande, e é muito amolado para cortar o pepino.
JC - A população está sempre querendo informações a respeito da oferta de voos. Os que existem atualmente em operação, feitos pela Azul/Trip, atendem à demanda? Existe previsão para a chegada novos voos, e se há, quando?
Emílio - Nós já estamos precisando de novos voos aqui. A cidade cresce, e a região também. Com a chegada dos portos, com os investimentos novos que estão chegando e com as obras das hidrelétricas que estão por vir, nós necessitamos de mais voos. O que posso adiantar é que a direção da Azul/Trip já manteve contato conosco, nos informando que pretende retomar aquele voo que chegava de Manaus pela manhã, indo até Belém com escalas em Santarém e Altamira, retornando pela parte da noite. Também disse-nos a direção da empresa, que esse voo que é feito atualmente pela parte da noite deve ser mantido. Há, ainda a possibilidade de surgir um novo voo pela parte da madrugada, saindo de Itaituba por volta de 01h30, com destino a Belém, com escalas. Depende de liberação por parte da Anac.
                Fora isso, já foi mantido contato pela MAP, que é uma empresa de Manaus, que opera como o mesmo tipo de aeronave da Azul/Trip nesta região, o ATR. Ela está interessada em fazer a linha Itaituba-Belém, com escalas em Santarém e Altamira, viagem de ida e volta, passando aqui na ida, pela parte da manhã. Eu acredito que até o mês de agosto nós já deveremos ter novidades nesse sentido, com novos voos definidos para Itaituba. Quanto ao voo da Azul/Trip, da parte da manhã, a gente tem expectativa de que ele seja retomado até o mês de outubro vindouro.
JC - Você continua enfrentando o velho problema que tanto atormentou seus antecessores, que é furto de lâmpadas e canoplas do balizamento?
Emílio - Sim, quando eu cheguei aqui, eu já sabia que esse seria um dos grandes desafios a enfrentar. Há duas semanas houve o furto de cinco lâmpadas, envolvendo alguns menores, o que me levou a registrar um Boletim de Ocorrência. Isso envolveu a administração do aeroporto, a Polícia Militar, através de seu serviço reservado e o Conselho Tutelar. Este ano já tinham acontecido dois furtos, um de dezessete e outro de quinze lâmpadas.
                É importante que se ressalte que, caso uma pessoa venha a tentar furtar um equipamento desse, na hora em que estiver ligado, a gente poderá ter a ocorrência de uma fatalidade, pois a voltagem é de 5.680 volts. Afora isso, a comunidade precisa saber  que cada lâmpada custa nada menos que R$ 360,00. E não são encontradas em Santarém, ou Belém. A gente compra somente no Rio de Janeiro. Sabe-se que existem crianças envolvidas, mas, também há adultos, que em algumas ocasiões, furtaram lâmpadas com o intuito de criar uma situação de instabilidade.

JC - Vamos falar de coisas boas, ou, pelo menos, da esperança de que elas possam acontecer. Tem chance de andar o projeto de ampliação do aeroporto com verba do PAC?
Emílio - Sim. Eu não tive oportunidade de conversar com eles, pois foi antes de vir para cá, mas, estiveram aqui alguns engenheiros do Rio de Janeiro, tratando do projeto de ampliação. Eles fizeram o levantamento do entorno do aeródromo, que vai sofrer mudanças substanciais na sua parte física e estrutural, com a ampliação da pista em mais 800 metros, na direção da cabeceira 23 (que fica no sentido Nordeste). Também vai haver um alargamento de 75 metros na área de proteção, na direção da usina de asfalto. Além disso, deveremos receber um novo carro de combate a incêndio, dos mais modernos que existem, que custa em torno de R$ 1 milhão. Tudo isso vai fazer com que o aeródromo possa mudar de categoria. A previsão para o início desses trabalhos é outubro deste ano.
JC - Como a Prefeitura vai resolver o problema das áreas que estão ocupadas, uma por uma plantio agrícola que vem de muitos anos, e o outro, na lateral, mais recente, com dezenas de famílias que invadiram aquela parte?
Emílio - Eu já estive reunido com as lideranças. Conversei com a dona Nazaré, que está na área de plantio há mais de 25 anos, na cabeceira 23, tendo informado a ela que passaremos por grandes mudanças, o que vai implicar na saída dessas pessoas. A outra parte é uma invasão. As pessoas já estão sendo contatadas, sendo informado a elas que terão que sair dessa área que pertence ao Ministério da Aeronáutica, sob a administração do município. Trata-se de um problema social que envolve, de um lado, dezenas de famílias, e  do outro, toda a comunidade de Itaituba e da região, que depende dos serviços deste aeroporto. Precisamos encontrar uma solução adequada.
JC - Existem algumas coisas que não podem esperar, como melhorias urgentes na estação de passageiros. Está sendo feito algo nesse sentido?
Emílio - Estamos trabalhando para resolver o problema da falta de poltronas na estação de embarque e desembarque, que tem sido motivo de muita reclamação por parte dos usuários. Também estamos providenciando a troca da iluminação do local, providência que precisa ser tomada com urgência. Já encomendamos 30 carrinhos de bagagem, que até onde eu sei, nunca houve neste aeródromo.

                Tem muita coisa para se fazer. Eu, nos meus 64 anos de idade já enfrentei muitos desafios. Mas, não tenho dúvida de que este é o maior de todos. Todo dia tem coisa para ser fazer e no dia seguinte já surgem novos desafios. Mas, eu vou dar tudo de mim para corresponder à confiança que a prefeita Eliene Nunes depositou em mim. Meu desejo é prestar um bom trabalho para minha comunidade.

Matéria publicada na edição mais recente do Jornal do Comércio, número 162

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